Falando de Bola
Que o Brasil é um país injusto todo mundo já sabe. O país que já foi denominado de paraíso dos marajás, hoje é um país marcado pela corrupção e também, um lugar onde uma classe de privilegiados leva uma boa parte do dinheiro que circula por aqui.
E dentro dessa classe de privilegiados estão uma parcela de jogadores de futebol, não todos obviamente, mas principalmente aqueles que fazem parte dos elencos dos clubes de Série A, celebridades que fazem parte do imaginário de cada torcedor e que ganham salários astronômicos, que os permite levar uma vida que está muito longe do alcance da grande maioria dos mortais que vivem neste país.
Neste momento de pandemia que o país está vivendo, quando grande parte da população encontra extrema dificuldade financeira, e pequenos e médios empresário tentam se virar como podem para manter a fonte de sustento de suas e outras famílias, o desemprego e a recessão estão batendo as portas de todos.
E a dificuldade orçamentária chegou também nos clubes de futebol. Sem rendas das partidas, com verbas de patrocínios diminuídas e de televisão em vias de serem cortadas, os clubes começam a se mexer para conseguirem sobreviver.
O Coritiba, que até pouco tempo disse que não ia diminuir os salários de seus atletas, parece ter acordado para a grande crise que o país enfrenta. Uma matéria da globo.com traz a informações de que o clube alviverde demitiu, reduziu salários e suspendeu o contrato de alguns funcionários, os quais não foram nominados.
A matéria ainda traz a informação de que os jogadores não serão afetados, porém existe a possibilidade de uma redução salarial em torno de 25% nos salários dos atletas.
Paralelamente a isso, fontes dizem que jogadores dos clubes da capital se unirão para não terem partes dos seus salários cortados, dando a nítida impressão de não terem nenhuma preocupação com a saúde financeira do clube onde jogam, tampouco com os funcionários que estão sendo desligados neste momento.
Em um período de grave crise financeira que vive o país, a classe de jogadores deveria ser a primeira a se manifestar em busca de alternativas para que os clubes não precisassem demitir parte dos profissionais que dão todo o suporte fora de campo para que os atletas possam devolver com tranquilidade o seu futebol. Mas não, pelo contrário, em uma atitude que demonstra um grande nível de egoísmo não se manifestam publicamente em prol dos menos favorecidos.
Atitude até de certa forma normal em um país que convive com desvios de verbas públicas que deveriam ser voltadas para o cidadão com a melhoria dos serviços de saúde, educação e segurança.
Será que se os atletas, que ganham salários muito acima da média nacional, abrissem mão de parte de seus vencimentos, o valor disponível não poderia evitar as demissões, reduções salariais e suspensões de contrato de trabalho que começam a acontecer nos clubes de futebol?
Seria uma boa oportunidade para o Sindicato dos Atletas Profissionais mostrar para o público em geral que a sua categoria pode ajudar neste momento difícil do país, não só abdicando de parte de seus salários, como também negociando com os clubes para que o valor arrecado fosse repassado para os demais funcionários.
Isso seria uma grande ação e deixaria marcas na história do futebol brasileiro.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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