Falando de Bola
Apesar da visível falha do goleiro Wilson em um momento crucial da partida, que acabou resultando no terceiro gol do Fluminense, jogando um balde de água fria no time do Coritiba, não vejo esse lance como o fator determinante para que a partida terminasse empatada. Na verdade, tudo começou no intervalo da partida, a partir da primeira alteração no time.
Após um primeiro tempo muito bom, com o time conseguindo fazer dois gols, coisa que não tinha sido vista nos jogos no Alto da Glória neste campeonato brasileiro, o auxiliar-técnico Julio Sérgio resolveu alterar a equipe, sacando Matheus Bueno e colocando Matheus Galdezani, com a explicação de que precisaria tirar o time de trás.
Primeiro equívoco de Julio Sérgio. O Coritiba estava muito bem encaixado, os quatro homens de meio executavam muito bem as suas funções e o time funcionava dentro de campo. Matheus Bueno dava muita qualidade na saída de bola, voltando para busca-la e iniciar a transição ofensiva do time. O segundo gol saiu em uma jogada iniciada por ele.
Com a saída de Bueno, mesmo que para a entrada de um jogador de mesma função, a estruturação tática do meio foi modificada, pois a saída de bola passou a ser realizada por Nathan Silva, que apesar de ter feito uma partida boa, não tem a mesma qualidade de Bueno para iniciar as jogadas. Assim, o Coritiba perdeu a boa saída que mostrou no primeiro tempo.
A alegação de Julio Sérgio para justificar a substituição surpreende mais ainda, pois quem estava atrás no placar era o Fluminense, e se tinha algum time que precisava modificar seu panorama tático eram eles, uma vez que estava perdendo por dois gols de diferença. O Coritiba precisava apenas continuar encaixado como estava.
E o segundo equívoco veio na substituição de Hugo Moura por Ricardo Oliveira. Com o Coritiba voltando a ficar na frente após levar dois gols, o natural seria o time se fechar. Faltavam apenas 10 minutos para o jogo acabar quando Julio Sérgio fez a alteração, que até agora poucos entenderam. Talvez ele mesmo deva estar se perguntando até agora o porquê de ter feito ela.
Mesmo que Hugo Moura tenha pedido para sair e que não tivéssemos outro volante ou até mesmo um meia no banco de reservas, jamais ele poderia ter colocado, pelo menos naquele momento do jogo, um jogador que tem mostrado baixo rendimento técnico e físico quando é acionado.
Com a entrada de Ricardo Oliveira, o Coritiba passou a jogar praticamente com dois a menos, pois Robson, que vinha atuando centralizado, passou a fazer a função de Neilton, na ajuda a cobrir o lado esquerdo defensivo do time alviverde. O problema é que Robson já estava desgastado e seria muito mais útil mantê-lo centralizado e ter colocado em campo um atacante de lado que tivesse mais folego para ajudar defensivamente. No banco o Coritiba tinha Robinho, Nathan e Osman que poderiam fazer a função, sem contar Rafinha que não entrou em campo por ter sentido uma lesão no aquecimento após uma disputa com Robinho.
O terceiro gol do Fluminense saiu justamente pelo lado esquerdo defensivo do Coritiba, onde deveria estar um jogador para ajudar Guilherme Biro.
Julio Sérgio justificou também que a entrada de Ricardo Oliveira ajudaria a manter a posse de bola na frente, mas infelizmente hoje, o atacante não é nem sombra do jogador que jogou em grandes clubes do futebol mundial.
Mais uma vez, o Coritiba perde pontos preciosos em casa devidos a erros do treinador na leitura de jogo, pontos esses que deverão fazer muita falta na luta do time para fugir da zona do rebaixamento.
A matemática ainda permite que a torcida possa sonhar com a manutenção, mas tudo poderia ser mais tranquilo se não fossem os seguidos erros de leitura de jogo.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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