Falando de Bola
Dez jogos já se passaram, trinta pontos em disputa, e o Coritiba só conquistou nove, o que lhe dá um baixo aproveitamento de 30%.
A situação fica ainda mais difícil pensando no futuro, quando observa-se que o Coritiba disputou seis jogos dentro de casa até o momento, conquistando apenas duas vitórias (Cruzeiro e Sport), empatando três vezes (São Paulo, Palmeiras e Internacional) e sofrendo uma derrota (Chapecoense). Dos dezoito pontos disputados dentro de casa, onde o Coritiba foi forte em anos anteriores, apenas nove conquistados, gerando um aproveitamento de apenas 50%.
Fora então, a coisa fica ainda mais crítica. Quatro derrotas nos quatro jogos disputados (Grêmio, Santos, Corinthians e América). Aproveitamento de 0%.
Porém, é válido mostrar que a tabela foi cruel para o Coritiba. Dos dez jogos disputados, sete foram contra equipes que sempre são cotadas como candidatas ao título antes do campeonato começar.
Mas,os números estão aí, e por si só, já mostram o quão difícil é a situação Alviverde neste início de competição.
Situação que se agrava quando se percebe que falta muita coisa no clube.
Falta diretoria. O G5 que foi eleito foi desmanchado logo no começo. Outros diretores assumiram, mas logo saíram, uns por vontade própria, outros por estarem envolvidos em um episódio conhecido como "Caso Whatsapp". O G5 atual sofreu nova baixa e assim o Coritiba segue com uma diretoria provisória.
Falta diretor de futebol. O CEO Maurício Andrade vem acumulando a função após a saída de Valdir Barbosa. Assim, não existe um diretor que esteja em contato direto com os atletas. Contratações são feitas aos montes sem nenhum critério. A chegada do fraco Felipe Amorim, e as "contratações" dos desconhecidos e fora de forma Diou Henrique e Ricardinho, são os maiores exemplos de quanto anda desorientado o Departamento de Futebol do Coritiba
Falta treinador. Pachequinho não é o responsável diretopela má fase do time, mas era auxiliar de Gilson Kleina e já estava envolvido com o dia a dia dos jogadores. Logo, tem culpa também pelo baixo aproveitamento. Além disso, a própria diretoria não o efetivou, deixando-o como treinador interino. Isso causa insegurança não só no próprio Pachequinho, como nos jogadores.
Falta esquema tático. O Coritiba é uma bagunça dentro de campo. Parece um time de pelada, onde jogadores não sabem quais são suas funções. Em dois jogos, dois gols tomados em cobranças de lateral, o que mostra a falta de atenção dos jogadores, mas também pode apontar erro de posicionamento. O time já terminou jogos com cinco atacantes, sem nenhum homem para armar as jogadas.
Falta futebol. Muitos jogadores contratados se a menor condição técnica para jogar no Coritiba. Felipe Amorim é um exemplo. O lateral Reginaldo, que já foi embora é outro. Além disso, contratações desnecessárias, como o goleiro Elisson, que apesar de ter aprovado, tirou o espaço de jogadores como o goleiro Rafael Martins, formado em casa e que nunca teve uma oportunidade. E contratações inexplicáveis, como o volante Fábio Braga, que estava no futebol romeno. Todas contratações que deveriam passar pela aprovação do tão decantado UNIFIC, Departamento responsável por avaliar todas as contratações realizadas pelo Coritiba.
Mas apesar de faltar muita coisa no Coritiba, a partida de ontem mostrou que ao menos raça não tem faltado ao time. O Coritiba entrou na segunda etapa a "mil por hora" e encurralou o time gaúcho, que acuado, se fechou na defesa para garantir o empate.
Além disso, a chegada de novos jogadores, como o atacante Kazim, o próprio Bernardo, que se estiver com vontade será muito útil, e a possibilidade da vinda do meia atacante Danilinho, dão esperanças de que o Coritiba tem muito a evoluir neste campeonato.
Mesmo o desconhecido atacante Iago, que estreou ontem, mostrou ser um jogador de qualidade e que poderá ser uma boa alternativa para a seqüência da competição.
Opções não faltam para o treinador. O que falta é a diretoria definir de uma vez se efetiva Pachequinho, ou então, traz logo um novo técnico.
O tempo urge, e mais de 25% do campeonato já foi jogado no ralo.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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