Falando de Bola
Nem o mais otimista dos atleticanos esperava ver no primeiro jogo da decisão um Coritiba tão apático dentro de campo.
Não tirando os méritos da atuação atleticana, mas o fato é que o "sono" dos jogadores Alviverdes contribuiu muito para que o Atlético largasse com grande vantagem nas finais do campeonato paranaense.
Muito se falava no favoritismo Alviverde para este confronto. Time com melhor ataque, melhor campanha, que não sofria gols a seis jogos.
Mas dentro de campo, a história foi outra.
A garra e a melhor estruturação tática do time de Paulo Autuori superaram a preguiça e a bagunça Alviverde.
No futebol atual está cada vez mais evidente que um meio-campo que controle o setor tem grandes possibilidades de ajudar seu time a vencer a partida.
O Coritiba não tinha Dudu e Juan, metade de sua meia-cancha. Desfalques importantíssimos se considerarmos a importância, principalmente de Juan para a equipe.
No elenco Alviverde o ex-lateral não tem substituto com a mesma característica. Com isso, o técnico Gilson Kleina optou por Thiago Lopes, jogador de características diferentes e que tinha entrado muito bem no Atletiba anterior. E para o lugar de Dudu, a entrada de Vinícius apenas registrou o que a torcida Alviverde queria há tempos.
Com isso, na teoria a equipe estava bem armada, pois os dois escalados são os substitutos naturais. Mas na prática a história não foi bem assim, e o Coritiba passou o jogo inteiro sem trocar passes na meia-cancha e sem incomodar o goleiro Weverton.
E como o adversário não tinha Otávio e Vinícius na meia, a chance de sucesso Alviverde era grande.
Mas quiseram os "Deuses do Futebol ", premiar aqueles que mostraram mais vontade dentro de campo.
Thiago Lopes e Vinícius praticamente não entraram em campo, enquanto Deivid e Pablo controlaram o jogo pelo lado atleticano.
O lateral-direito Ceará também fez uma grande falta ao time. Reginaldo, o seu substituto, não conseguiu jogar, e só se soltou ao ataque quando a "vaca já tinha ido para o brejo".
O justo placar de 3x0 ficou muito difícil de ser revertido no jogo de volta. Mas não impossível.
A primeira mudança para o jogo do próximo domingo deve ser a de atitude. Com a torcida ao lado, os jogadores Alviverdes deverão estar mais ligados. A equipe vai precisar lutar o tempo todo. Dar uma satisfação a torcida Alviverde pela ridícula apresentação na tarde de ontem.
Se o time ainda tiver os desfalques de Ceará, Dudu e Juan, o técnico Alviverde terá que "quebrar a cabeça" para encontrar substitutos capazes de fazer mais do que fizeram aqueles que atuaram na primeira partida da final.
Ficou claro que Kleber atuou extremamente isolado, portando a escalação de um atacante de verdade ao seu lado, como Leandro ou Ortega, passe a ser extremamente importante para dar trabalho aos zagueiros adversários.
E na meia-cancha, Ruy pode não ser a opção ideal, mas é aquele que mais se aproxima das características de um meia que segure a bola e saiba pensar o jogo.
O futebol as vezes nos prega peças inimagináveis, e o 3x0 da primeira partida pode ser um considerada uma delas. Quem sabe outra peça não possa ser pregada, desta vez para o lado dos atleticanos?
No futebol tudo é possível. Ficou difícil, mas não impossível.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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