Falando de Bola
Está cada vez mais difícil continuar com a esperança de que o Coritiba de Umberto Louzer irá apresentar um bom futebol.
Com uma Série B marcada por times fraquíssimos tecnicamente, como o próprio São Bento que chegou a se assanhar com uma possível vitória dentro do Couto Pereira, tudo o que se esperava era que o Coritiba pudesse vencer partidas, principalmente dentro de casa, sem passar sufoco.
Mas os três pontos contra o time paulista, conquistados através de muita emoção, mostram, que o Coritiba está no mesmo patamar dos times que enfrenta. Não se pode mais achar que só com o nome e a estrela que possui em sua camisa, levará o time Alviverde a conseguir o acesso com o “pé nas costas”, principalmente quando tem em seu comando pessoas que com suas convicções acham que estão fazendo um grande trabalho. Mas isso é assunto para o final da coluna.
Dentro de campo, um time marcado pela garra, vontade de vencer, mas totalmente limitado, recheado de jogadores sem condições técnicas e até mesmo físicas, como foi visto no segundo tempo, quando alguns atletas se arrastavam em campo, isso que tiveram mais de vinte dias apenas treinando para entrarem em forma, sem contar que o parco calendário Alviverde traz aquilo que é o sonho de todo atleta: apenas um jogo por semana.
Obviamente que a vitória tem que ser comemorada. Os importantíssimos três pontos mantêm o Coritiba na briga, próximo do G4 e traz um pouco de paz ao turbulento ambiente do clube.
O que não pode ser comemorada é a forma que o time jogou, pois mais uma vez, o futebol apresentado está longe de ser exaltado.
É importante salientar que o trio de ataque, Rafinha, Rodrigão e Robson, foi o responsável pelos dois gols do Coritiba, e com o recém-contratado em melhor forma física e mais ambientando com o sistema tático de Umberto Louzer tende a ser muito útil na sequência da competição.
Outro importante ponto foi a força dada pelos jogadores ao treinador Umberto Louzer ao final da partida. Isso mostra que o grupo está fechado com o treinador, o que é um grande passo para ir atrás do principal objetivo, que é o acesso à Série A.
O técnico Umberto Louzer já tinha feito as três alterações, duas delas por necessidade física, quando o meia Rafinha pediu para ser substituído. Logo, o treinador fez um visível sinal de descontentamento, pois sabia que não poderia mais alterar a equipe, e empatando o jogo, com praticamente um a menos, já que Rafinha se arrastava em campo, buscar a vitória seria mais difícil.
Sem poder substituí-lo, a mudança tática ficou clara. Rodrigão se colocou à disposição para atuar mais recuado, deixando Rafinha como o homem mais adiantado.
E na pressão, Rodrigão segurou bem a bola, fez o pivô e tocou a bola para Rafinha, que com muita categoria marcou o gol da virada, um verdadeiro golaço. Na comemoração muita emoção, com o jogador exaltando a camisa do clube que ele escolheu para jogar.
O gol não só trouxe a vitória, mas principalmente representou o amor de um jogador pelo seu time, fato raro no futebol atual.
Contra o São Bento, finalmente Rafinha fez o que se esperava dele.
A entrevista do presidente ao final da partida merece ser comentada. Ficou claro o alívio de Samir Namur em suas palavras, como ficou claro também que o ambiente interno do clube não é bom.
Apesar de acreditar no trabalho do treinador, Samir deixou claro que um tropeço contra o São Bento custaria o emprego não só de Umberto Louzer, como provavelmente também de Rodrigo Pastana. E deixou claro também que a manutenção de ambos não está garantida, e que se a vitória contra o Vila Nova não vier, as demissões poderão acontecer.
Sobre o diretor de futebol, Samir falou que Rodrigo Pastana faz um bom trabalho, e que a vitória sobre o São reforça suas convicções. Será que o presidente viu o jogo e percebeu que o time teve extremas dificuldades em vencer um adversário frágil e que ocupa a zona de rebaixamento?
Não tem como acreditar que o diretor de futebol faz um bom trabalho. Vários jogadores contratados por ele não tem a menor condição de jogar no Coritiba. Pastana trouxe três atacantes, Welinton Junior, Lucas Tocantins e Arancibia, que não ficam mais nem no banco de reservas. Trouxe três laterais-direitos, dos quais dois, Sávio e Felipe Mattioni, são fracos, com o agravante do segundo não ter a menor condição física. Trouxe um lateral-esquerdo, Fabiano, que não possui a menor intimidade com a bola nos pés, sem falar em Elyeser que já foi embora.
Samir tenta defender o trabalho do diretor de futebol, com a única intenção de defender o seu próprio trabalho como mandatário do clube, já que foi ele quem o trouxe. O problema é que antes de defender seu próprio trabalho precisa pensar no melhor para a instituição, e os números até o momento mostram o contrário.
E o próprio presidente se contradiz na entrevista quando disse que um revés ontem teria levado as demissões pelo não cumprimento de metas. Mas será que a perda do estadual para o time C do Atlhetico e a eliminação na primeira fase da Copa do Brasil para a URT não seria suficiente para a demissão do diretor de futebol, pelo não cumprimento de metas?
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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