Falando de Bola
Já em casa para curtir o último dia útil de férias, pois segunda volto ao trabalho, me permito o prazer de logo cedo ligar a “vitrola” e colocar Bob Marley para escutar.
Primeiro vem a belíssima Rainbow Country, uma das músicas mais bonitas do Rei do Reggae. Logo depois vem a não menos bela Running Away, do disco Kaya.
Nela, Marley diz que você está fugindo para longe, mas não pode fugir de si mesmo. Que você deve ter feito algo de errado, e que você não consegue encontrar o lugar que você é. E que todo homem pensa que a sua carga é a mais pesada.
Ao escutar “Running Away” comecei a pensar no Coritiba e como tem sido a vida do time nestes últimos anos, sempre fugindo, parecendo perdido, sem rumo.
Não foram poucas as vezes que li por aí que torcer para o Coritiba é um fardo pesado. E as últimas temporadas têm colaborado para que os detentores desta tese achem que ela tem algum fundamento. E quando caiu para a segunda divisão então, aí que ela passou a ter ainda mais sentido.
Não penso assim, pois o Coritiba é como aquele velho amor que não se esquece. Ele foi doído, deixou marcas boas e ruins, mas as lembranças boas sempre ficarão. A diferença é que a relação com o Coritiba nunca vai acabar.
O time pode estar em qualquer divisão, sendo comandando por qualquer dirigente que seja, representado dentro de campo por qualquer pereba, que amor pela camisa Alviverde não esmorecerá.
Esse papo de que vou largar tudo não cola. Na primeira seqüência de vitórias, e olha que não precisa ser mais que três, aquele que disse que ia abandonar tudo, estará lá de volta, torcendo com sua camisa Alviverde, xingando o adversário, o juiz e o lateral-direito, e aplaudindo o goleiro, o camisa 10, o centroavante e o mesmo lateral-direito.
E assim a vida Alviverde segue, mesmo após mais uma queda. Foi dolorida, é claro, até pela maneira que aconteceu. Mas nos resta tentar mais uma vez aprender com erros, reestruturar, consertar o que está errado e seguir em frente, sem fugir da realidade.
E como diria Bob Marley: “But it's not true, I am not running away!”
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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