Falando de Bola
O assunto da vez é Igor Paixão. Após a extraordinária atuação contra o Galo, quando deixou zonzo o lado direito da defesa deles, com Mariano e Godin, sendo fundamental para que o time do Coritiba chegasse ao empate, o Piá do Couto está nas bocas e dedos de vários jornalistas, comentaristas, radialistas, influencers e pitaqueiros Brasil a fora.
Para aqueles que não conheciam o atacante Coxa-Branca, vários se perguntam de onde saiu esse menino rápido, liso, ousado e finalizador que vem fazendo uma excelente temporada em 2022. Para o torcedor alviverde, a excelente fase de Igor Paixão já é tão conhecida quanto a eficiência de Gustavo Morínigo no comando do time e na evolução do piá.
Mas nem sempre foi assim. Quantos jovens como Igor Paixão foram perdidos por aqui antes mesmo de mostrarem o seu valor? Não foram poucos. E são tantos conhecidos exemplos que não precisam nem mesmo serem citados.
O próprio Igor Paixão quase “não virou”. Em 2019 disputou algumas partidas pela equipe principal, todas sem destaque. Na opinião de alguns torcedores, aquele menino franzino, de sorriso fácil, seria mais uma “enganação” da base alviverde. Com contrato vigente com o Coritiba, no ano seguinte foi emprestado ao Londrina, para a disputa do Paranaense e Série C. Ainda bem, pois se fizesse parte do elenco alviverde de 2020 muito provavelmente teria sucumbido junto daquele time. Na equipe londrinense se destacou e ajudou o time a conquistar o acesso à Série B.
De volta ao Coritiba em 2021, passou a treinar sem muita expectativa de ser utilizado. O torcedor Coxa-Branca, depois do fiasco do ano anterior, queria reforços e não apostas, como era Igor Paixão. Mas na carência de jogadores de velocidade e na dificuldade do clube contratar jogadores para essa função, fez com que a comissão técnica resolvesse dar uma chance a ele. De quase descartado, passou a ser fundamental para a equipe que ficou em terceiro lugar na Série B, conquistando uma vaga na primeira divisão.
Em 2022, Igor Paixão vem evoluindo cada vez mais e sendo atualmente o atleta em números com o melhor rendimento ofensivo da equipe, além de ser o principal jogador do Coritiba e com grande potencial de venda para fora do país.
Vendo a evolução do jovem atacante, fico pensando em quantos bons valores o Coritiba perdeu por não fazer direito a transição para o profissional ou por simplesmente sucumbir perante a impaciência do torcedor, que no primeiro erro já o julga como incapaz de se tornar um bom jogador e útil para o clube.
O exemplo de Igor Paixão mostra o quão importante é o cuidado com o jovem atleta, não só por parte como clube em relação a sua transição para o profissional, apoio logístico e acompanhamento psicológico, mas também para o torcedor, que precisa ter um pouco mais de paciência com jovens jogadores. Não custa lembrar que eles na maioria das vezes deixam suas cidades, suas casas, sua estrutura familiar, para poderem realizar o sonho de se tornar jogador de futebol profissional. E isso acaba impactando diretamente em seu rendimento dentro de campo, sem falar na responsabilidade que é fazer parte de um elenco profissional, com a obrigação diária de jogar um bom futebol.
Que o exemplo de Igor Paixão possa estar vivo dentro de todos nós, para que possamos ter mais jovens como ele no Coritiba dentro de um futuro bem próximo.
Saudações Alviverdes
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