Falando de Bola
Alguns jogos disputados e fica perceptível a olhos nus que a grande dificuldade do Coritiba neste início de temporada é a falta de meias qualificados para armar a equipe.
Os meias disponíveis atualmente como Ruy, Tiago Real, Yan Sasse, Thiago Lopes e Kady não convenceram a torcida, muito menos o treinador que podem ser a solução para a grande carência Alviverde no momento.
Dos nomes citados acima apenas Kady ainda não recebeu uma chance, mas se com toda carência aparente em sua posição e mesmo assim não conseguiu ser escalado em algum jogo, é porque pouco tem mostrado nos treinamentos.
Para nós torcedores fica fácil cobrar a presença de um jogador no time titular apenas por ser formado dentro de casa, mas quem está no dia a dia com o atleta sabe quem está rendendo nos treinamentos ou não.
A falta de um meia qualificado tem feito o técnico Carpegiani mexer na estrutura tática da equipe. Em alguns jogos, o treinador opta por fazer substituições que fazem o time jogar com quatro atacantes, sendo dois abertos pelos lados, um mais dentro da área e um mais recuado, como é o caso de Kleber, que tem saído mais da área para que Henrique Almeida possa jogar mais dentro dela.
Mas quando Carpegiani faz isso, aparece o tão famoso "buraco" na meia cancha.
Enfrentar os times fracos do interior paranaense com esta forma de jogar é uma coisa, mas contra adversários mais fortes, a tendência é o Coritiba encontrar muitas dificuldades quando jogar assim.
E essa carência na meia-cancha tem sido difícil de ser sanada, principalmente pela dificuldade de se encontrar bons jogadores no mercado brasileiro atualmente para esta posição.
Em 2016, o Coritiba tinha Bernardo, Cesar Gonzalez e Juan que faziam a função de articulação no meio. O primeiro pouco mostrou, e o clube não se interessou em sua permanência. O venezuelano que chegou com status de grande jogador, passou mais tempo no Departamento Médico, mas nas vezes em que atuou, mostrou qualidades. Pela dificuldade em contratar um bom meia, o clube deveria ter feito um esforço maior para manter este atleta, que fazendo uma boa pré-temporada teria boas chances de fazer um grande ano. Em relação a Juan, várias divergências de opinião, mas ao que parece a sua forte personalidade e a dificuldade em aceitar a reserva, levaram o clube a não renovar com ele.
Dos três nomes acima, realmente Cesar Gonzalez poderia ter permanecido. Seria um jogador extremamente útil para esta temporada.
Agora, sem nenhum meia de qualidade, o Coritiba parte desesperado em busca de jogadores que possam chegar e vestir a camisa de titular.
Os mais dois novos nomes da vez são o do meia Anderson, do Internacional, e do colombiano Cárdenas, do Vitória.
O primeiro é uma incógnita. Tem qualidade técnica, tem arranque, bom controle de bola, mas pouco quis com o futebol nas últimas temporadas. Para um jogador que ainda não completou 30 anos, a impressão que se tem é que "largou o futebol". A sua última temporada no Inter mostra isso.
Se ainda tem interesse em mostrar alguma coisa, uma possível vinda para o Coritiba seria muito interessante para o atleta. Hoje, seria titular absoluto da equipe, jogando na posição em que gosta de atuar, como meia mais avançado.
Cárdenas é outro bom jogador e pode ser uma excelente opção. Teve grandes atuações pelo Atlético Nacional, passou sem brilho pelo Atlético Mineiro, voltou ao time colombiano e fez parte do grupo que foi campeão da Libertadores em 2016. No mesmo ano o jogador foi emprestado até o final de 2017 para o Vitória. Porém, com as contratações de Dátolo, Gabriel Xavier, Cleiton Xavier e Pisculichi, o meia perdeu espaço e não faz parte dos planos do técnico Argel.
Com características de armador e boa movimentação, o meia teria boas chances de recuperar o seu bom futebol na equipe Alviverde, assim como Anderson. O problema do meia que está atualmente no Internacional, não é mais só técnico, mas sim vontade de jogar futebol e se manter disciplinado.
Mas alheio a possível chegada destes dois jogadores, o mais difícil é entender como é feita uma avaliação de elenco, jogadores e posição no Coritiba, quando se abre mão de um atleta que poderia ser importante, sem ter uma reposição em seu lugar.
E aí isso gera uma corrida desenfreada ao mercado inflacionado de jogadores na busca por uma posição que se mostra carente no elenco. Com isso, gasta-se mais por menor qualidade.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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