Falando de Bola
Ao escrever o post passado " Apostar é o lema" fiquei refletindo sobre a desmontagem do elenco de 2016 e a montagem do elenco para este ano. E confesso que fiquei preocupado com o futuro do Coritiba.
A preocupação não é nem tanto pela qualidade dos jogadores que vieram. Prefiro esperar para ver as atuações de Werley, Márcio, Matheus Galdezani, Jonas, Léo Santos, Filigrana e Rildo do que me precipitar e afirmar que tudo dará errado.
Vai que alguns deles engrenam e o Coritiba realmente se torne competitivo nesta temporada.
Porém, a preocupação é a forma com que o Coritiba vem sendo conduzido em seu Departamento de Futebol desde o ano passado.
Do time do ano passado, nada menos do que quatorze jogadores saíram do clube. Deste número, alguns como Cesar Benitez, Nery Bareiro, Raphael Veiga, Leandro, Juan, Cesar Gonzalez, e o próprio Kazim, poderiam ser extremamente úteis na caminhada desta temporada. E quase todos eles saíram sem o Coritiba ganhar um mísero centavo com eles.
Além de ter que montar praticamente um time novo para esta temporada, o Coritiba não teve nenhum lucro com os jogadores que saíram, com exceção de Raphael Veiga, que dará um irrisório lucro ao clube, tamanho a sua qualidade técnica, que a diretoria até agora não tornou público como o Palmeiras pagará por ele. Aliás, transparência é uma palavra que não existe no Coritiba.
O mesmo vale com Kazim. Não se sabe quanto ganhava, não se sabe quanto o Coritiba ganhará com a transferência dele. Tudo como sempre, fica no campo da especulação.
E a forma com que os jogadores que chegam estão se vinculando ao Coritiba é o que preocupa mais.
O Alviverde está virando um time de aluguel, onde a cada temporada chegam e saem caminhões de jogadores. Como geralmente o contrato é de um ano, se o atleta se destaca, o Coritiba não consegue segurá-lo pois não o amarrou em contrato.
É claro que sempre virão aqueles que dizem que falar de futebol sem viver o dia a dia de um clube é fácil, etc, etc, mas ainda sou da opinião de quem trabalha com isso precisa entender do que está fazendo, e ter olho clínico quando contrata um jogador.
O Raphael Veiga é o maior exemplo disso. Será que ninguém no Coritiba sabia que o meia tinha muita qualidade para firmar um compromisso maior, bem antes da proximidade do final de seu contrato?
Ou então, como que colocam um jogador destes na vitrine sabendo que o seu contrato tem prazo curto de validade?
E o mesmo está acontecendo nesta temporada. Parece que a diretoria não quer aprender com erros cometidos na temporada passada.
Todos os atletas vindo com um ano de contrato. No final desta temporada, se algum se destacar, vem um Palmeiras, ou um clube chinês da vida e leva sem o Coritiba ter nenhum lucro. Se forem mal, manda-se embora e se começa tudo de novo.
E assim, o Coritiba vai deixando de implantar uma filosofia e se tornando um time de aluguel, como muitos que tem por aí. E a trajetória deles todos já conhecem, dificilmente disputam algo maior do que apenas lutar para não cair.
Aliás, tem um por aí, que já está completando dez anos de Série B sem nenhuma perspectiva de sair dela.
E esse é o medo, do Coritiba estar a passos largos no caminho de uma "paranização".
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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