Falando de Bola
Como tenho tido pouca paciência para ver os jogos do Coritiba fora de casa, não vi o primeiro tempo do jogo de ontem.
No grupo do COXAnautas, os amigos falavam que o Coritiba jogava bem, marcava em cima, mas continuava perdendo os mesmos gols de sempre. A intensa movimentação e a firmeza na marcação traziam o receio do que podia acontecer quando o gás acabasse.
Ney Franco surpreendeu e pela enésima vez veio com um time diferente, ontem explicado pela ausência dos titulares que não podem jogar a Copa do Brasil.
Vaná, Rodolfo e Giva foram as novidades. E assim o time atuou praticamente em um 4-3-3 ou um 4-2-3-1 para os querem optar pelo esquema da moda.
Rodolfo atuava como um 10, com Thiago Galhardo e Giva aberto pelos lados e Rafhael Lucas na frente.
Veio o segundo tempo, e eu já em casa com a tv ligada, pude constatar que o temor dos amigos do site se confirmaria.
Dois gols sofridos com menos de dez minutos, no mais legítimo padrão "zaga do Coritiba de qualidade".
E o desespero tomou conta do time.
O bom primeiro tempo foi jogado fora, e em troca veio o segundo tempo que estamos acostumados com este time. Falhas na zaga, desorganização no meio, ataque nulo, e bolas paradas improdutivas.
A desclassificação até não era de todo ruim, se considerarmos a dificuldade que esperaria o Coritiba a partir da próxima fase, agravada ainda pela impossibilidade de contar com vários jogadores que hoje são titulares, principalmente Marcos Aurélio, Lúcio Flávio e Wilson.
Por outro lado a classificação que estava escapando poderia devolver um pouco da moral que o time perdeu desde que foi goleado pelo Operário nas finais do Campeonato Paranaense.
Eis que o tão pedido garoto Evandro, artilheiro das categorias de base, entrasse e se atirasse contra a bola como quem se joga esfomeado em um prato de comida, e diminuísse a vantagem da Ponte, levando a partida para os pênaltis.
E nos pênaltis brilharam a estrela do goleiro Vaná, que defendeu um e viu dois serem jogados para fora, e dos batedores que na Copa do Brasil atingiram 100% de eficiência em 14 penalidades batidas.
Sobre o garoto Evandro, esqueçam essa história de transição, de adaptação, de Sub-23. Tirem ele do Sub 19 e coloquem no time profissional.
Precoce ou não, deem uma chance ao menino de mostrar ainda neste brasileiro a que veio. O time está precisando de gás novo, de motivação. E nada melhor do que um jogador em que a expectativa é grande para fazer isso acontecer.
Em 1995, Carpegiani tirou um moleque do Sub17 e passou direto para o time profissional. O final desta história todos conhecem.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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