Falando de Bola
Mais de vinte dias de treinamento para chegarmos à conclusão óbvia de que o Coritiba de Samir Namur, Rodrigo Pastana e Umberto Louzer não mostrará mais do que a irregularidade apresentada nestas nove rodadas da Série B.
A expectativa que era grande antes da partida contra o Criciúma logo se mostrou frustrada quando a bola rolou. Do técnico que foi contratado para “propor o jogo”, a única coisa que se viu foi seu time atuar de forma covarde, sempre atrás da linha da bola, com jogadores recuados, tentando apenas jogar nos contra-ataques, ou então, como diria a linguagem da moda, “jogando por uma bola”.
Estava triste ver o Coritiba jogar como um time pequeno em Criciúma, mas isso não é surpresa para quem vem acompanhando no que a diretoria atual transformou o clube. Uma instituição que já foi grande, mas que nos últimos dois anos consegue levar goleadas em casa para times do interior, ser eliminado da Copa do Brasil por equipes medíocres e não conseguir ser protagonista nem em uma Série B.
No segunda tempo a esperança até que se mostrou renovada, quando Thiago Lopes, “numa cagada”, conseguiu abrir o placar. Mas aí, novamente, o Coritiba se apequenou. Se acovardou diante do Criciúma, e voltou a atuar como um time pequeno. O gol do time catarinense era questão de tempo, e não veio só um, vieram dois, o último com uma dose de masoquismo, no último minuto da partida.
Estava sacramentada a virada de um time que pelo menos tentou a vitória, enquanto o outro se mostrou pequeno, bem longe daquilo que já foi um dia. O castigo, mais do que merecido, veio já na primeira rodada depois da parada, para mostrar aos teimosos diretores, que eles podem entender de tudo, menos de futebol, e que não podem continuar fazendo do Coritiba, um local para suas diversões e vaidades.
Não há tempo que faça jogadores ruins aprenderem a jogar bola. O intervalo de 28 dias pode até dar uma arrumada tática no time, mas sem treinamentos específicos de fundamento, um volante como Vitor Carvalho jamais vai aprender a ter regularidade no passe.
No futebol atual, o volante talvez seja a principal peça de engrenagem de um time, a mola propulsora. Com os meias cada vez mais marcados, sem espaço para jogar, o volante é o responsável pelo início das jogadas, pelo passe em profundidade. Mas no Coritiba isso não existe. O volante apenas tenta destruir e tocar para o lado, isso quando acerta o passe.
A menção a Vitor Carvalho não isenta os demais volantes do elenco, assim como aquele que os contratou. Todos são fraquíssimos, principalmente aqueles que os trouxe.
Quando Rodrigão foi substituído, um fato chamou a atenção. Ao passar pelo treinador, nada de estender a mão, mas sim um leve encontrão. Para quem viu, restou claro a insatisfação do jogador, não só em sua substituição, como também com o trabalho do técnico.
Resta saber como a diretoria do Coritiba lidará com isso, que pode não ser um fato isolado. Mas infelizmente, pouco a esperar, pois uma diretoria que não tomou nenhuma medida nos 28 dias de parada da Série B, não o fará agora.
Decepcionante até agora a participação de Rafinha em seu retorno ao Coritiba. Em quatro partidas, nenhum lampejo daquele jogador criativo que foi em sua primeira passagem.
O que tem sido visto em suas atuações até o momento, é apenas aplicação em fechar o seu corredor e marcar o lateral adversário. Muito pouco pelo salário que recebe.
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