Falando de Bola
Diferente de anos anteriores, desta vez a sorte parece estar ao lado do Coritiba. Mesmo aos trancos e barrancos, o time alviverde continua sem entrar na zona de rebaixamento, apesar de estar praticamente com os dois pés nela.
Mais uma vez os resultados da rodada favoreceram o Coxa. A impressão que se tem é que vários times estão fazendo uma força danada para cair. O América/MG é um deles. O inacreditável gol perdido pelo volante Juninho no último minuto do jogo contra o Palmeiras dá toda impressão de um time que frequentará a parte de baixo da tabela até o final. O Fortaleza é outro que dá todos os sinais de um time que vai cair. Não foram poucas as vezes que o time cearense levou gols nos minutos finais das partidas, típica característica de time rebaixado. No próprio jogo contra o Coritiba, mesmo com um a mais em campo, levou um gol improvável no final. Temos ainda Juventude, Atlético/GO e por aí vai.
Mas torcedores de outro time podem pensar: “O Coxa vai cair. Um time que consegue apenas 2 de 27 pontos possíveis fora de casa não tem como escapar do rebaixamento”. Teoricamente eles não estão errados. O time de Gustavo Morínigo virou presa fácil quando os jogos são longe do Couto. O Coritiba é o time que os adversários dão como favas contadas os três pontos. Em uma partida ou outra, como no jogo contra o Corinthians, o time alviverde até iludiu o seu torcedor, mas falhas e mais falhas, tão comuns até aqui, levam a ilusão embora em pouco tempo.
Isso precisa mudar urgentemente, para que o desespero não bata a porta do clube na reta final do campeonato. Temos ainda pela frente 20 jogos, dos quais metade é longe do Couto. Se o aproveitamento continuar em 7,40%, o time terá que vencer todos os seus jogos dentro de casa, o que convenhamos, dificilmente acontecerá.
E a mudança precisa começar pela “cozinha”. Gustavo Morínigo precisa com urgência arrumar o sistema defensivo do time. O Coritiba, com 30 gols, tem a segunda defesa mais vazada, ficando apenas a frente do lanterna Juventude. Se não fosse a boa produção do ataque, em particular de Alef Manga, Léo Gamalho, Igor Paixão e Adrian Martinez, o time alviverde já estaria enraizado na zona de rebaixamento. A facilidade com que os adversários tem feito gols precisa mudar. O Coritiba sempre se notabilizou por ter defesas fortes, muito diferente do que temos visto esse ano.
O time tem deficiências graves, e não se pode colocar a culpa apenas em desfalques importantes, como do volante Andrey, ou de carências cada vez mais evidentes, como a de zagueiros que passem mais confiança. A culpa também é de um sistema que não tem favorecido os defensores, que muitas vezes tem ficado no mano a mano com os atacantes. E como eles não estão em um bom momento, os gols dos adversários tornam-se naturais. Passou da hora disso ser revisto. Não se pode encarar alguns adversários de “peito aberto”. A história do Coritiba no Brasileirão até agora tem mostrado isso. Só os profissionais que trabalham no clube não tem enxergado. Desde o jogo contra o Botafogo, pela oitava rodada, que o time alviverde não passa uma partida sem ter sua meta vazada. Será que isso não é suficiente para que o esquema de jogo seja revisto?
Até agora a sorte tem ajudado o Coritiba, mas depender apenas dela é perigoso. Pode ser que ela vire, e aí será tarde demais.
Saudações Alviverdes
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