Falando de Bola
Não existe nada no mundo do futebol que traga mais satisfação ao torcedor Alviverde do que uma vitória em um Atletiba.
Talvez apenas títulos façam o torcedor Coxa sorrir mais, menos o paranaense, pois a supremacia regional é tão grande que ganhar o campeonato local já se tornou obrigação ao Coritiba.
O próprio torcedor atleticano sabe o quanto é doído uma derrota no principal clássico do Paraná, ainda mais quando se perde em seu moderno estádio. Apesar deles não admitirem e se acharem maior do que realmente são, a derrota em Atletiba lhes causa pesadelos.
A satisfação em ver a torcida atleticana entristecida e em silêncio em seu mundo de faz de conta não tem preço.
Dentro de campo um Coritiba soberano como há muito tempo não se via.
Provavelmente desde o saudoso time de 2011 que o Coritiba não mostrava tamanha superioridade técnica e tática frente ao time atleticano.
Todos os setores da equipe estavam em harmonia.
A defesa não dava espaços para os homens de frente do Atlético. Wilson quase não trabalhou, Luccas Claro e Juninho anularam Walter e cia, e Ceará e Carlinhos marcaram com eficiência e ainda tentaram apoiar o ataque.
A meia-cancha tomou conta da partida. João Paulo e Alan Santos marcaram muito, distribuíram o jogo, e o segundo ainda chegou com perigo em arremates de longa distância. Juan organizou as jogadas e ainda cobrou seu pênalti com precisão. Só Dudu destoou, mas Thiago Lopes, que entrou em seu lugar, compensou com um belo gol de cabeça que abriu o marcador. Amaral entrou no final para fechar a entrada da área.
Já o ataque infernizou o time da Baixada e criou várias oportunidades de gol. Kleber voltou discreto ao time, mas foi importante para manter a posse de bola na frente e segurar as subidas dos zagueiros atleticanos. Negueba foi um "monstro". Atacou, defendeu, driblou, chutou, cabeceou, deu uma linda assistência para o primeiro gol, provou a torcida adversária e ainda dançou na Baixada. Resumindo infernizou os atleticanos. E foi o destaque ofensivo ao lado de Vinicius, que entrou muito bem, mais uma vez. O ex-atacante do Palmeiras participou das jogadas que originaram os dois gols, mostrando muita velocidade e habilidade. Foi responsável ainda pelo lance mais bonito do jogo ao "entortar" o zagueiro Vilches.
Alan Santos e Luccas Claro foram os grandes destaques da partida, mas mérito também para o técnico Gilson Kleina que armou muito bem a equipe e teve 100% de precisão nas alterações.
O Coritiba ainda está longe do ideal, e apesar de ter vencido os dois clássicos, é fato de que os adversários que enfrentará no campeonato brasileiro serão muito mais complicados e deverão realmente dar ao torcedor Alviverde a real noção de onde este time poderá chegar.
Mas o fato é que o Coritiba vai montando uma equipe capaz de iniciar bem o campeonato brasileiro. E é justamente o início da competição, onde as equipes ainda estão se formando, que o time pode acumular uma "gordura" que ajudará muito lá na frente.
Gilson Kleina, no momento, tem um bom time titular, e começa a ter boas opções para montar seu time.
A defesa conta com bons jogadores como os zagueiros Wallison Maia e Rafael Marques, e o lateral Cesar Benitez, que pode jogar nas duas laterais.
O meio tem opções como o volante Amaral, e os meias Thiago Lopes e o venezuelano Gonzalez, que deverá assumir a condição de titular ao longo da temporada. Além do jovem Raphael Veiga, que tem boas condições técnicas.
E o ataque tem o habilidoso e veloz Vinicius, Leandro, e o paraguaio Ortega, além do talismã Evandro.
Com estas opções, o treinador Alviverde tem várias alternativas táticas para sua equipe, podendo armar o time de acordo com as necessidades que a partida apresenta.
Para disputar a parte de cima da tabela no campeonato brasileiro, o Coritiba ainda precisará qualificar mais o seu time, mas a base que se apresenta atualmente tem boas condições de iniciar bem o campeonato.
Ontem ao final da partida o atacante Walter cobrou a torcida atleticana pela falta de apoio neste momento difícil. Disse que não está em um bom momento e está triste.
Apesar de ser um ótimo jogador, depois que emagreceu perdeu o seu bom futebol.
Pelo jeito quando lhe tiraram o seu "elixir da felicidade", o jogador perdeu a alegria de jogar futebol. Quem sabe se devolverem as suas bolachas recheadas e suas garrafas de chocomilk, ele não recupere a sua felicidade.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)