Falando de Bola
O golaço de Leandro, aos 49 minutos da segunda etapa, salvou o Coritiba da derrota para o Palmeiras, e conseqüentemente adiou, pelo menos por enquanto, a volta para a zona do rebaixamento.
Digo pelo menos por enquanto, pois pelo o que mostrou na partida de ontem, ou melhor não mostrou, ficou evidente que o flerte do Coritiba neste brasileiro não será com a moça bonita que ocupa a parte de cima da tabela, mas sim com aquela que ninguém quer, que é a zona de rebaixamento.
Mesmo jogando dentro de casa, a impressão que se tinha é que o Coritiba estava atuando longe do Couto Pereira.
Acuado pelo Palmeiras, melhor tecnicamente e em grande fase, os jogadores Coxas não faziam outra coisa a não ser se livrar da bola.
Sem Alan Santos, que falta faz este jogador, Juan ou até mesmo Gonzalez, a bola só passava pela meia-cancha quando ela chegava em Ruy, mesmo assim em raras oportunidades.
E sem a falta de um companheiro para tocar a bola, o meia tentava carregá-la. Mas sem sucesso, pois o Palmeiras mostrava uma eficiente marcação na meia-cancha.
A zaga parecia afobada, e quando a bola chegava, era "chutão" para onde o nariz apontava. Não me lembro de ter visto uma jogada onde Luccas Claro, Rafael Marques e Juninho tentaram sair jogando com a bola no chão.
Com a ligação direta, o ataque praticamente inexistiu. Kleber fez uma partida nula do ponto de vista ofensivo, assim como Vinicius, que também pouco incomodou a zaga adversária.
Pachequinho, ontem, demorou para mexer, e ficou praticamente vinte minutos, ou seja, o tempo que o Coritiba levou para tomar o segundo gol, apenas assistindo o time palmeirense jogar, sem tomar nenhuma medida para fazer com que o Coritiba entrasse em campo na segunda etapa.
O time só melhorou nos cinco minutos finais, após a paralisação em razão dos sinalizadores, aliás, uma grande bobagem dos cartolas impedir a festa das torcidas. Querem deixar as arquibancadas cinzentas, como se fossem uma pintura abstrata.
Mas a melhora foi ilusória, pois o time não tocou a bola e sim as lançou na área, e apenas ressaltada pelo gol de empate, aliás um golaço, um chute de rara felicidade. E esse gol só foi possível pelo fato do time ter ido pro abafa.
O que se viu ontem no Couto Pereira foi muito preocupante em termos de futuro no campeonato brasileiro. Dentro de casa o Coritiba se apequenou diante do Palmeiras. Quando resolveu tentar jogar, os gols saíram.
Após três partidas, derrota para o Corinthians, vitória frente ao Sport, e empate com o Palmeiras, a diferença do time que era treinado por Gilson Kleina para o de Pachequinho é a aplicação dos jogadores na marcação.
Os jogadores parecem muito mais aplicados em conter as investidas do adversário, principalmente no setor de meia-cancha.
Ontem isso ficou evidente. Os jogadores do Palmeiras não tiveram vida fácil.
Por outro lado, apesar dos gols estarem saindo, o sistema ofensivo precisa ser aprimorado.
Kleber, isolado no ataque, não produziu nada na partida de ontem. Com Vinicius e Felipe Amorim muito abertos e voltando o tempo todo para ajudar na marcação, o centroavante Alviverde lutou praticamente sozinho contra os adversários. E quando o Coritiba podia tentar encaixar algum contra-ataque, o jogador que conduzia a bola não tinha nenhum companheiro ao seu lado.
A melhor alternativa neste momento é a entrada de Leandro para se juntar a Kleber no ataque.
Perseguido pela torcida Alviverde, que o elegeu para "Cristo" nesta temporada, o jogador é o atacante mais qualificado tecnicamente do elenco, e não pode ficar de fora de um time que praticamente inexistiu ofensivamente na partida de ontem.
No futebol atual, a impressão que se tem é que os treinadores valorizam muito mais os "atacantes marcadores de laterais" do que aqueles que façam gols.
O Coritiba possui a zaga mais vazada do campeonato até o momento.
São 15 gols sofridos em 8 jogos, o que dá uma média de quase 2 gols por partida.
Talvez seja hora de Pachequinho dar uma oportunidade para Walisson Maia, que em 2015 junto com Juninho, foi um dos responsáveis por ajudar o time a se livrar do rebaixamento.
Ah, e também, deixa o Juninho no miolo de zaga. Ali, ele rende muito mais.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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