Falando de Bola
O torcedor anda na bronca com o Coritiba pelos últimos jogos. Com exceção das vitórias sobre Vila Nova e Novorizontino, fora de casa, e Ferroviária, no Couto Pereira, o time alviverde frustrou seu torcedor nos últimos dez compromissos, acumulando cinco empates, quatro deles em casa, e duas derrotas.
O aproveitamento de apenas 46% nesse período preocupa a torcida coxa-branca, que sabe que esse desempenho não é suficiente para garantir o acesso à primeira divisão em um campeonato que se encerra em 11 rodadas. O Coritiba precisa reencontrar a consistência que apresentou especialmente entre a 8ª e a 16ª rodada, quando conquistou 23 dos 27 pontos disputados, no melhor momento do clube na Série B até aqui.
Mas o que vem acontecendo desde a inesperada derrota para o Paysandu, em pleno Couto Pereira, quando mais de 30 mil torcedores viram a equipe ser goleada por 5 a 2 por um time que luta contra o rebaixamento?
A bronca maior do torcedor recai sobre o treinador Mozart, considerado por muitos um técnico retranqueiro e apontado como principal responsável pelo momento ruim. Mas será mesmo que a culpa pela instabilidade do Coritiba é do treinador?
Os números recentes mostram que não. Mesmo escalando a equipe com três volantes nos últimos jogos, em função da lesão do meia Josué, o Coritiba tem produzido muito ofensivamente. Isso deixa claro que o problema não é tático ou coletivo, mas sim individual.
Nos últimos cinco jogos, quatro deles sem marcar gols, o Coritiba finalizou 88 vezes, um número expressivo que coloca o time entre os que mais finalizam na competição. Além disso, o Verdão é o segundo clube que mais acertou bolas na trave na Série B, com 14 até agora.
Esses dados evidenciam que a oscilação do Coritiba não passa pela escolha do esquema tático, mas sim pela ineficiência dos jogadores em transformar chances em gols. E essa responsabilidade não recai apenas sobre os atacantes, alvos frequentes de críticas. Jogadores de outros setores também têm desperdiçado boas oportunidades, como ocorreu recentemente com Vini Paulista e Wallisson contra o América/MG.
Outro fator que tem atrapalhado é o desempenho dos goleiros adversários. Contra o Coritiba, eles têm se transformado em verdadeiros protagonistas. Na derrota para o América/MG, Gustavo foi o melhor em campo com nota 8,1. No empate contra o Goiás, Thiago Rodrigues recebeu nota 8,0, também sendo eleito goleiro da rodada. Contra o Remo, Marcelo Rangel teve nota 8,1 e foi o destaque do seu time. Já diante da Chapecoense, Léo brilhou com nota 8,2 e foi o melhor da partida. Em todos esses casos, o Coritiba criou, finalizou, mas esbarrou em grandes atuações dos arqueiros rivais.
Portanto, a análise é clara: o time vem produzindo ofensivamente, mas precisa transformar esse volume em gols. Só assim o caminho para o acesso ficará mais tranquilo nas rodadas finais e a equipe poderá seguir firme também na disputa pelo título da Série B, que garante ao clube uma vaga direta na Copa do Brasil, não conquistada no Campeonato Estadual.
E como isso pode mudar? Apenas com mais treinamento e confiança na hora de decidir as jogadas. Somado ao apoio da torcida coxa-branca, esse fator pode tornar o time muito mais forte nesta reta final de campeonato.
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