Falando de Bola
O Coritiba de Samir Namur, Rodrigo Pastana e Eduardo Barroca não existe. A realidade nos mostra apenas uma mentira, e uma mentira cada vez mais visível. Uma mentira que nos tentam fazer engolir a força, como se o que estamos vendo não fosse suficiente para percebermos que tudo aqui que foi falado pelo presidente, pelo diretor de futebol e pelo técnico trata-se de mentiras feitas na maior cara de pau, como diriam nossos pais.
O presidente nos falou que o Coritiba sob sua gestão seria diferente do que vimos nos últimos. O clube seria saneado, a base seria privilegiada, o clube traria transparência ao seu torcedor e o índice de erros no Departamento de Futebol seria reduzido.
Em três anos nada disso aconteceu. A manutenção na Série B para o ano de 2019 trouxe um grande prejuízo financeiro ao clube, e nada do que foi saneado adiantou se o que foi apresentado no balanço, que pasmem foi aprovado pela maioria dos conselheiros que participaram da reunião, mostrou um prejuízo na casa de 50 milhões. A base foi sucateada. A má condução no futebol excluiu as categorias de base de praticamente todos os campeonatos nacionais, deixando um prejuízo enorme no processo de evolução de um jovem atleta. A tão falada transparência não passou de uma falácia. Atualmente, nem os relacionados para os jogos o clube divulga mais. Outro exemplo, nenhuma linha sobre o tempo de recuperação de Rafinha.
A condução do futebol merece um capítulo à parte. Os erros foram muito grandes. Em menos de três anos de gestão o clube já teve sete treinadores, o que dá uma média de um treinador a cada 4,5 meses. Só na gestão de Rodrigo Pastana, que foi apresentado em 20/11/2018, o Coritiba teve quatro treinadores (Argel Fuchs, Umberto Louzer, Jorginho e Eduardo Barroca). O grande número de treinadores em apenas uma gestão, que ainda não chegou ao seu final, evidencia que o trabalho no futebol é muito mal feito. Ou eles são profissionais fracos, sem condições de trabalhar no Coritiba, ou então, os elencos que lhes foram dados, foram tão mal montados, de forma que as demissões foram necessárias devido aos maus resultados. Como exceção de Jorginho, que não chegou a um acerto com o clube, e Barroca, que ainda está empregado, os demais foram todos demitidos pela falta de resultados.
A má condução no futebol passa principalmente pelo grande número de erros nas contratações. O ano de 2018 mostrou a incompetência no Departamento de Futebol, que começou o ano sob o comando de Augusto de Oliveira, que não resistiu uma temporada na função e terminou com o experiente Paulo Pelaipe, que deixou o Coritiba no final de 2018. Neste ano, o Coritiba contratou 20 jogadores, dos quais apenas Rafael Lima continua no clube.
Em 2019 a situação não foi muito diferente, apesar do clube ter conseguido o acesso à Série A. Com Pastana no comando do Departamento de Futebol desde o início da temporada, o Coritiba contratou 22 jogadores. Alguns aprovaram é verdade, como Sabino, Matheus Sales, Juan Alano e Rodrigão, porém, vários outros como Sávio, Fabiano, Patrick Brey, Arancibia, Lucas Tocantins, Welinton Junior, entre outros, deixaram o clube sem deixar a menor saudade.
Nesta temporada já chegaram 12 jogadores, a maioria deles sem aprovar, e dois (Lucas Ramon e Caetano) já foram embora, também sem deixar a menor saudade.
Em menos de três anos de gestão, o Coritiba já contratou em torno de 54 jogadores para a equipe profissional, dos quais no máximo em torno de 20 a 25% aprovaram. Um número muito baixo para um presidente que prometeu que em sua gestão o clube seria cirúrgico nas contratações.
Um dado curioso é o grande número de jogadores que já atuaram na lateral-direita do time desde o início de 2018. Desde que Samir assumiu o clube, quinze atletas (Carlos César, Cesar Benitez, Rodrigo Ramos, Marcos Moser, Vinicius Kiss (improvisado), Leandro Silva, Felipe Mattioni, Sávio, Joao Vitor (improvisado), Diogo Mateus, Yan Couto (só 2 jogos), Natanael, Lucas Ramon, Patrick Vieira, Jonathan) já jogaram por ali. Como que pode um time dar certo se só em uma posição, quinze jogadores atuaram em dois anos e meio?
Outra mentira é sobre o tal jogo propositivo e de construção de jogadas do técnico Eduardo Barroca. Isso é uma invenção do treinador, que a imprensa acabou comprando, porém, a realidade é bem diferente do que vem sendo mostrado nos últimos jogos.
A tão falada construção do time do Coritiba passa apenas por lançamentos e chutões dos zagueiros para a frente, principalmente para Igor Jesus. Não existe uma bola trabalhada na meia-cancha de forma vertical, apenas passes para os lados ou para trás. Contra times menores o Coritiba até conseguiu controlar o jogo, mas nos jogos da decisão do estadual e no primeiro jogo do campeonato brasileiro, o time Alviverde ficou com menos posse do que o adversário. Contra o Bahia a posse de bola foi de 60%, mas insuficiente para levar o time ao empate, em face da fragilidade técnica do time.
Sem posse de bola e sem criação ofensiva, o que restou ao time de Eduardo Barroca foram os lançamentos/chutões dos zagueiros e as tentativas de bola parada, que nos últimos quatro jogos resultaram apenas em um gol, que foi de pênalti.
Ou seja, o estilo propositivo, de posse de bola e construção de jogadas que falam por aí, não existe.
Assim, caminha atualmente o Coritiba, bem distante daquilo que foi anunciado na campanha para o triênio 2018/2020, indo a passos largos para a beira do abismo, que só com muita sorte e uma revolução total, conseguirá ser evitado. Infelizmente!
Alguns defensores por aí irão falar que se trata de uma coluna política. Nada disso, apenas um texto de um torcedor desanimado com a situação de seu time.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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