Falando de Bola
A incompetência de forma contínua uma hora cobra o seu preço. E ele é alto. O preço que o Coritiba pode ter que pagar pela ineficiência de sua diretoria na condução do futebol pode ser tão alto, que poderá impactar de forma catastrófica no futuro do clube.
E a incompetência diretiva não fica mais restrita apenas aos olhos e ouvidos regionais, mas com a era da globalização, não existe um treinador hoje no Brasil e até na América do Sul que não saiba que assumir o Coritiba hoje é pegar uma verdadeira “bucha de canhão”.
Antigamente o cargo de treinador do Coritiba era motivo de desejo por grandes técnicos do futebol brasileiro. Já vimos por aqui nomes renomados, hoje, o perfil é bem diferente. Apostas e mais apostas, nada além disso.
Desde que Samir Namur assumiu, o cargo de treinador do Coritiba foi transformado em algo fútil, onde qualquer um, com todos respeito aos que aqui passaram, poderia ser convidado ao cargo. Eu não me surpreenderia até em ver amigos pessoais do presidente sendo convidados para dar um pitaco no time que seria escalado.
De Sandro Forner a Jorginho, todos eles que passaram aqui desde o início de 2018 não deixaram saudades. Retrato da incompetência diretiva na escolha dos treinadores, bem como na montagem dos times.
E neste clima de terra arrasada o Coritiba chega na metade do campeonato brasileiro sem ter um treinador e pior, caminhando a passos largos para um novo rebaixamento, que pode ser catastrófico, não só do ponto de vista financeiro, mas que acabaria de vez com a autoestima da torcida Coxa-Branca, tão machucada nos últimos anos.
Mas a incompetência foi além da ausência de um treinador. Sem ninguém para dar um treinamento aos jogadores, após a saída da comissão técnica de Jorginho, a diretoria teve que recorrer a Pachequinho, opção mais viável, em razão da identificação dele com o Coritiba e pelo fato dele residir na capital paranaense.
Para aqueles que não sabem como funcionam as coisas no Coritiba, poderiam achar que Pachequinho foi contratado apenas por ser auxiliar técnico. Porém, estava claro que ele foi contratado para comandar o time contra o Atlético/GO e quem sabe, com um bom resultado contra os goianos, ir sendo mantido até a hora que desse. Esse é o planejamento de uma diretoria que errou demais na condução do clube.
Sinceramente, não acho ruim a contratação a possível efetivação de Pachequinho. Pelo contrário, talvez a sua identificação com clube possa fazer alguns jogadores resolverem comprar a ideia do treinador e tirar o Coritiba da situação que se encontra.
A situação do time alviverde é muito complicada, e neste momento, não adianta trazer qualquer treinador só pelo fato dele ter a licença A na CBF. É preciso mais do que isso. Talvez com Pachequinho fazendo o “feijão com arroz”, escalando as peças em seus lugares certos, dando oportunidades para jogadores que não vinham sendo aproveitados por Jorginho, mostrando aos atletas a grandeza que o Coritiba já teve um dia, o time alviverde consiga ainda escapar de um novo rebaixamento.
Mas para isso também é importantíssimo que Pachequinho tenha tranquilidade para trabalhar. Blindar a ele e o time de dirigentes que já demonstraram não ter o mínimo de conhecimento de futebol é essencial.
O que não se pode neste momento é perder tempo. Alguns nomes foram consultados e negaram o convite, o que era natural, afinal quem aceitaria pegar um time que é uma bagunça e que está criando raízes na zona do rebaixamento. A diretoria chegou ao absurdo de convidar Mozart, que quando estava aqui não servia para ser efetivado.
Não adianta ainda, buscar um técnico estrangeiro que chegaria aqui sem saber a história do Coritiba. Até ele entender que o seu trabalho visaria escapar da segunda divisão, a “vaca já teria ido para o brejo”.
Portanto, a contratação de Pachequinho faz total sentido neste cenário caótico que se encontra o Coritiba. Nos resta torcer para que ele tenha sucesso à frente do time.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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