Falando de Bola
Uma das coisas que tem me chamado muita atenção neste Coritiba que lidera a Série B é a parte física do time. Se considerarmos que temos um time com média aproximada de 30 anos, o que os jogadores vêm mostrando em campo é algo absurdo no bom sentido.
Ontem, contra o Londrina, mais uma vez a equipe correu muito e não desistiu enquanto não chegou ao gol da vitória. Não podemos dizer que existe um jogador que não se doa para a equipe. Fica cada vez mais claro que o Coritiba tem uma equipe que rema na mesma direção, com todos eles sabedores de onde querem chegar.
E a questão física dos atletas tem sido uma grata surpresa para mim. Sinceramente não esperava que, um time de certa forma um pouco envelhecido, corresse tanto em campo. Me lembro que no primeiro aquecimento antes de um jogo sob o comando do preparador físico argentino Gonzalo Llanos, contra o Goiás, ainda na Série A, eu tinha ficado impressionado com a energia dele nos exercícios passado aos jogadores. Vendo aquilo, não poderia dar resultado diferente do que estamos vendo hoje, algo bem diferente do que víamos em um passado recente, quando a equipe do Coritiba muitas vezes “morria” em campo na segunda etapa.
Em um campeonato que se caracteriza muito mais pela parte física do que técnica, o fato do time Coxa se mostrar em excelente condicionamento faz uma grande diferença, que vem sendo provada pela grande campanha da equipe na Série B.
Mas a questão física não é o único ingrediente desta receita de sucesso do time. A estruturação tática armada por Gustavo Morínigo, bem como a questão cognitiva da maioria dos jogadores, principalmente daqueles que atuam como titulares, podem também ser colocadas nesta receita.
Com uma estrutura tática bem definida, cada jogador sabe exatamente a sua função dentro de campo, e isso faz com que o desgaste de se correr desordenadamente não aconteça, fato que tem participação fundamental neste Coritiba que tem corrido até o final em todas as partidas.
Outro detalhe interessante é que uma das características do time de Gustavo Morínigo é ter o controle do jogo, e isso na partida contra o Londrina ficou muito visível, os jogadores alviverdes se desgastam menos, pois na maior parte do tempo quem tem que correr atrás da bola são os adversários. O índice de posse bola do Coxa tem sido maior do que os seus oponentes na maioria das partidas. E a posse de bola não tem sido infrutífera, pois apesar de ser uma equipe que não é tão incisiva em busca do gol, ela tem se mostrado letal nas oportunidades que aparecem.
Assim tem sido o Coritiba na Série B, um time que não dá espetáculo, mas que corre muito, é formado por jogadores com inteligência cognitiva, tem controle do jogo, se defende com segurança e tem sido mortal quando chega ao ataque. Esses ingredientes têm sido a receita ideal para o acesso à Série A.
Vamos torcer, vamos acreditar, vamos confiar, vamos subir!
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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