Falando de Bola
A chegada de Jorginho não foi unanimidade entre a torcida Coxa-Branca. Quem não torceu o nariz para o retorno do treinador? Mas o cara que conquistou o acesso com o Coritiba em 2019 parece novamente querer nos levar para a Série A.
Eu confesso que fui um dos que torceu o nariz. Dentre todas as opções possíveis e especuladas, com certeza o Jorginho não seria o cara que eu traria. Por quê? Por achar que ele não traria nada de novo ao que vínhamos vendo até então. E não é que parece que eu e a grande maioria estávamos errados? Pelo menos, é o que estamos vendo neste momento.
Jorginho chegou para tentar consertar o estrago que Fábio Matias fez no time. De um postulante ao acesso, naquele momento, o Coritiba passou a conviver com o fantasma de um terrível rebaixamento para a Série C. Mas bastaram quatro jogos para que parte da torcida, inclusive eu, passasse a acreditar que a missão de lutar pelo acesso não é impossível.
Ele estreou perdendo para o Botafogo/SP, em um jogo em que o Coritiba dominou completamente o primeiro tempo, perdeu gols, mas tudo desandou no segundo tempo e sofremos uma derrota que não estava nos planos. Depois, empatou com a Ponte Preta em casa, sofrendo um gol doloroso nos acréscimos. Ainda assim, na entrevista coletiva, continuou dizendo que levaria o Coxa para a primeira divisão, quando poucos acreditavam e achavam que o treinador estava tendo um surto. Afinal, quem em sã consciência acreditaria que um time que conquistou um ponto em dois jogos sob o seu comando pensaria em acesso?
E aí vieram os dois jogos fora de casa, contra Brusque e Sport, e duas vitórias importantíssimas que colocam novamente o Coritiba na briga, apesar da grande dificuldade em buscar uma diferença grande de pontos para o G4, fruto do péssimo trabalho de seus antecessores.
Jorginho tem grandes méritos nesta nova fase do Coritiba. Acertou o sistema defensivo, colocando os jogadores certos em posições em que o Coritiba vinha sofrendo muito. Mudou o miolo de zaga, aumentando a estatura; colocou Bruno Melo na lateral; foi certeiro na indicação de Zé Gabriel para a posição de primeiro volante e montou um meio-campo de muita marcação e mobilidade. Com essas mudanças, fez o time parar de levar gols em bolas aéreas, que era a principal deficiência da equipe. Além disso, o Coritiba passou a criar um pouco mais, como vimos na partida contra o Sport.
Tudo bem que a equipe ainda tem deficiências e não pode perder tantos gols assim, pois isso fez falta durante todo o campeonato até aqui. E isso é outra coisa que o técnico precisa corrigir, encontrando as peças certas, como fez no sistema defensivo.
O time ainda precisa lutar muito e vencer jogos em sequência se quiser lutar pelo acesso, mas não dá para negar que, sob o comando do Jorginho, o Coritiba é outro time, com uma nova postura, acerto tático e melhora técnica.
Voltamos ao campeonato. E o Jorginho tem muitos méritos nisso.
A coluna foi feita na empolgação da importante vitória contra o Sport, mas para quem estava vendo um time morto em campo, ver um time lutador faz uma grande diferença. E é justamente essa diferença que pode nos levar a brigar pelo acesso.
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