Falando de Bola
Ainda é cedo para dizer que o Coritiba está praticamente pronto para a Série B, competição que representa o principal objetivo do clube na temporada: o acesso à elite do futebol nacional.
Embora o time titular sob o comando de Mozart tenha apresentado boas atuações, a experiência de temporadas anteriores, em que o clube começou bem o ano e depois perdeu rendimento, nos leva a manter uma certa cautela.
No entanto, não podemos ignorar o início promissor do novo treinador. Em seis jogos disputados pela equipe principal, foram quatro vitórias, um empate e apenas uma derrota, com 13 gols marcados e apenas um sofrido.
É verdade que os adversários enfrentados até agora não são o melhor parâmetro para avaliar o potencial do time. Mas vale lembrar que, em anos anteriores, o Coritiba teve dificuldades para vencer essas mesmas equipes – e, em alguns casos, sequer conseguiu superá-las, como acontecia contra o Azuriz.
Consistência defensiva
Uma das principais características deste Coritiba de Mozart tem sido a solidez defensiva. Em seis jogos com a equipe principal, sofreu apenas um gol – justamente na única derrota, para o FC Cascavel, na terceira rodada, em uma atuação criticada pelo próprio treinador.
O que chama a atenção é a regularidade do sistema defensivo, mesmo com constantes mudanças na dupla de zaga. Em quatro dos seis jogos, a equipe teve formações diferentes no setor:
- Maicon e Bruno Melo
- Thalisson e Bruno Melo
- Thalisson e Rodrigo Moledo
- Thalisson e Matías Fracchia
Apesar das alterações, o desempenho defensivo se manteve sólido. Isso demonstra a importância do trabalho de Mozart na organização do time.
Além dos zagueiros, os volantes têm sido peças fundamentais nesse equilíbrio. Sebastián Gómez, por exemplo, vem fazendo um excelente início de temporada. Os laterais também contribuem: Rafinha tem atuado praticamente como um terceiro zagueiro e se tornou o responsável por iniciar a construção ofensiva do time. E o goleiro Pedro Morisco vem se consolidando como uma barreira segura para o time alviverde.
Evolução ofensiva
Após um começo irregular, o Coritiba parece ter encontrado sua forma de jogar sob o comando de Mozart. Nos últimos três jogos, foram 10 gols marcados e nenhum sofrido, com destaque para Dellatorre, autor de cinco desses gols.
Homem de confiança do treinador, com quem já trabalhou no CSA e no Mirassol, o atacante ganhou a vaga de titular e não decepcionou. Mostrou faro de gol, eficiência nas finalizações e ainda se destaca ao abrir espaços para os companheiros, executando bem o papel de pivô.
Além dele, Lucas Ronier tem se mostrado uma peça importante, Josué cresceu de produção e os laterais vêm contribuindo cada vez mais no apoio ao ataque.
Carências: reforços ainda são necessários
Apesar do início animador, o Coritiba não pode cometer os mesmos erros de anos anteriores. A Série B será um campeonato difícil e equilibrado, e ter um elenco qualificado será essencial para alcançar o acesso.
Algumas carências ainda são evidentes. O time precisa de mais opções para a zaga, um meia criativo e pelo menos mais um atacante, de preferência um jogador de velocidade. Além disso, um lateral-direito mais preparado seria fundamental para ser uma alternativa a Rafinha.
Mozart já mostrou que tem capacidade para montar um time competitivo, mas precisa de mais peças para dar continuidade ao seu trabalho com segurança.
O verdadeiro teste
Até agora, os adversários enfrentados pelo Coritiba não representaram um grande desafio. Mas isso muda nesta terça-feira.
Contra o Operário, no Couto Pereira, o Coxa terá seu primeiro verdadeiro teste em 2025. A impossibilidade de jogar futebol no Atletiba, devido à forte chuva, adiou esse confronto de maior exigência. Agora, diante de um adversário que estará na Série B, será possível avaliar melhor o real nível do time.
Após o jogo de hoje, teremos uma noção mais clara sobre as forças e fragilidades do Coritiba – e se ele, de fato, está no caminho certo para conquistar o tão desejado acesso à Série A.
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