Falando de Bola
Um dia um leitor do COXAnautas me perguntou sobre a insistência do Pachequinho em escalar a equipe com três atacantes.
Respondi sem pestanejar que a falta de boas opções para a meia-cancha obrigavam o treinador a escalar o time desta forma, mas que apesar dos três atacantes, na prática o time jogava em um 4-4-2, já que o Rildo voltava para recompor quando o time era atacado.
Até as primeiras rodadas o esquema estava funcionando. Kleber fazia muito bem a função de armador, Henrique Almeida ficava mais avançado e Rildo era o escape pelos lados do gramado. E para ajudar Galdezani vinha em excelente fase, sendo decantado pela crônica nacional como o craque do Coritiba.
Nem Anderson, o tecnicamente o jogador mais bem dotado do time, vinha fazendo falta, já que a equipe se mostrava perfeitamente ajustada.
Mas aí, em pouco tempo, tudo mudou e o Coritiba que chegou a liderar o campeonato, hoje ocupa a oitava colocação e está a seis jogos sem conseguir uma vitória.
Ontem, contra o Vasco da Gama, ficou evidente que o esquema não está mais funcionando e que Pachequinho precisa cobrar reforços da diretoria para poder armar sua equipe de outra maneira, senão vai sobrar para ele.
O primeiro tempo do Coritiba foi sofrível. A bola parecia queimar nos pés dos jogadores Alviverdes. O time vivia apenas de transições longas e mesmo com Kleber em campo, não conseguia tocar a bola e armar uma só sequer jogada de perigo.
O gol de Thalles, em falha da zaga Alviverde, desarrumou ainda mais o time, que tentava na base do abafa, mas sem criatividade não conseguia levar nenhum perigo real ao adversário.
Veio o segundo tempo, e com ela o esperado retorno de Anderson. Mesmo ainda fora de ritmo, é nítido que a qualidade do time é outra com ele, e também com Kleber, em campo.
Mas ainda assim parecia que faltava alguma coisa. Os três atacantes seguiam improdutivos até que em um bate-rebate na área, Kleber usou sua cabeça para empatar a partida.
O gol de empate saiu na base do abafa, mas foi o suficiente para inflamar a torcida.
Com o domínio na meia-cancha o Coxa partiu pra cima e em uma bonita jogada, Kleber, mais uma vez, apareceu para deixar sua marca e virar a partida.
Quando todos acreditavam que o Coritiba voltaria a vencer, a zaga falha mais uma vez, primeiro ao deixar o zagueiro do Vasco atacar a primeira bola, e depois ao permitir que Wágner ficasse sozinho no segundo pau para cabecear sem dificuldades para empatar a partida.
O empate com sabor amargo serviu para algumas conclusões, como a necessidade de estar ligado o tempo todo, a falta que faz um meia de qualidade, mas principalmente que o lugar do Gladiador é na área, e não armando as jogadas.
O rendimento do Kleber não pode ser prejudicado em função do elenco não ter peças que possibilitem que ele atue mais avançado. Ele pode até quebrar um galho atuando mais recuado, mas sua principal aptidão é fazer gols, como vimo na partida de ontem.
A diretoria precisa se mexer urgente. O time carece de reforços. E a situação pode se complicar ainda mais se Anderson for realmente embora antes do fim da janela internacional. Ah e ainda tem o Kleber, que está julgando sob efeito suspensivo e pode voltar a ficar de fora assim que for novamente julgado.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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