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Ricardo Honório03/03/22, 08h29
Falando de Bola

O que explica a apatia?

Desconheço algum torcedor Coxa-Branca que não tenha ficado muito irritado com a apatia do time na derrota para o Azuriz. A atuação lembrou os piores momentos do Coritiba em um passado não tão distante assim.

O time alviverde não teve nenhuma capacidade, criatividade ou mesmo vontade em furar o bloqueio que o adversário montou em frente a sua área. As coisas pioraram ainda mais no segundo tempo, quando a atuação do time poderia ser denominada de medíocre.

O time que entrou em campo foi formado por dois jogadores considerados titulares (Luciano Castan e Andrey), quatro que vem sendo utilizados com frequência (Guillermo, Val, Robinho e Thonny Anderson) e foi completado por cinco jogadores que ainda procuram o seu espaço na equipe (Marcão, Matheus Alexandre, Guilherme Biro, Pablo Garcia e Clayton).

Sem contar a qualidade do time mencionado acima, que é muito superior ao Azuriz, o mínimo que os jogadores deveriam mostrar em campo era a vontade de vencer, principalmente quando se está em jogo a possibilidade de voltar a liderança da competição. Mas isso não aconteceu, e nem mesmo a entrada de Igor Paixão no segundo tempo foi capaz de mudar o panorama da partida e fazer os jogadores subirem de produção. Igor Paixão, aliás, em pouco mais de 30 minutos de jogo, mostrou o porquê que hoje é o principal jogador do time. Mas, sozinho, não conseguiu resolver.

A apatia demonstrada pelo time aconteceu justamente em um momento que a temporada começará a ter jogos decisivos, e a fase de testes do técnico Gustavo Morínigo chega ao seu final. Além da primeira fase do campeonato paranaense estar acabando, e os confrontos passarem a ser em mata-mata, o Coritiba tem jogo eliminatório pela Copa do Brasil e se aproxima da estreia no Brasileirão. Com os jogos importantes se aproximando, a equipe alviverde não terá espaço para ser tão apática novamente.

O estranho em relação ao que aconteceu no jogo contra o Azuriz, é que na partida anterior, contra o Bahia de Feira, o Coritiba mostrou um comportamento bem diferente, sabedor de que era um jogo decisivo, foi lá e resolveu a partida, mostrando raça o tempo todo para não correr o risco de ser eliminado precocemente. O mesmo comportamento não aconteceu no jogo do campeonato paranaense.

Para os torcedores que começam a acreditar que o Coritiba possui um bom elenco, a derrota para o Azuriz jogou um balde de água fria, deixando evidente que o nível técnico dos titulares em relação aos reservas ainda tem uma distância bem grande. Mas o que chamou atenção foi o fato de vários jogadores terem se mostrado completamente apáticos, justamente eles que deveriam entrar muito motivados em campo pela oportunidade que vem recebendo para provar que podem fazer parte do grupo principal.
Espero não ver mais um Coritiba tão apático em campo nesta temporada, pois em jogos eliminatórios ou complicados como são os do Brasileirão, a apatia pode levar o time para o fundo do poço. Que os jogadores tenham a plena consciência disso.

Saudações Alviverdes

Ricardo Honório

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