Falando de Bola
Ontem sinceramente eu fiquei em dúvida sobre uma palavra que definisse melhor este time do Coritiba.
Desde o início da temporada, passando pela formação do time para 2017, era previsto que tudo ia dar errado. Na verdade, se voltarmos no tempo, e pensarmos um pouco. uma Chapa montada as pressas, minutos antes do prazo final, feita apenas para tirar o presidente anterior não tinha como dar certo.
Mas isso já foi exaustivamente falado por mim, e só resta aos sócios no final do ano escolherem a melhor opção para o Coritiba, caso ela exista.
Burrice ou até mesmo incompetência de se planejar corretamente poderiam ser as palavras usadas para o fato do clube praticamente ter aberto mão de tentar uma vaga na Sulamericana. Eu não entendo até hoje qual o critério utilizado para dar férias a jogadores que não iriam permanecer. Um exemplo é o atacante Leandro, que acertou com o Kashima Antlers. O jogador ficou praticamente cinqüenta dias de férias até se apresentar ao clube japonês. E esse foi apenas um dos exemplos de vários que poderiam ter sido utilizados naquela partida contra a Ponte Preta, mas foram dispensados para curtir suas férias, enquanto praticamente todas as outras equipes mantiveram seus jogadores concentrados para a última rodada.
Jogada fora a chance de disputar o torneio internacional, a "competente" diretoria Alviverde abriu mão, após conselhos "petraglianos", de disputar a Primeira Liga. Por mais mal organizado e fora de propósito que esta competição seja, seria mais uma oportunidade do clube ficar em evidência, testar jogadores e dar ritmo ao time.
Mais um fato que poderia evidenciar as trapalhadas diretivas do Coritiba foi ter aberto mão da verba televisiva do campeonato paranaense. Mas aí acho que foi uma decisão inteligente, pois só assim para se tentar algo maior em questões financeiras.
A montagem da equipe é outra situação que merece comentários. Quando vários jogadores que poderiam ser extremamente úteis não tiveram seus contratos renovados eu cheguei a imaginar que o clube traria outros que fossem melhores e que elevassem a qualidade técnica do time. Mas de fato, isso não aconteceu. O grande problema da equipe neste começo de temporada é a falta de qualidade na meia-cancha. E vários jogadores que atuavam por este setor foram dispensados, em especial dois, Juan e Cesar Gonzalez. Ou seja, o clube dispensou jogadores de uma posição vital na formação de uma equipe, e não trouxe outros para substituí-los. Novamente a burrice ou incompetência na hora de planejar aparecem.
As fracas atuações da equipe no começo da temporada evidenciaram ainda mais os erros do Departamento de Futebol. A derrota para o Cianorte, os empates contra Cascavel e Vitória da Conquista, e a vitória suada contra Foz do Iguaçu indicavam um caminho que algo pior estava por acontecer. E ele aconteceu.
Para um clube que planejou muito mal a sua temporada, desde a "desistência" por uma vaga na Sulamericana, e abriu mão da Primeira Liga, a derrota para o Asa, dentro do Couto Pereira, era apenas a confirmação de que tudo o que vinha sendo feito, estava sendo feito de maneira equivocada.
A eliminação na Copa do Brasil acabou causando a demissão de Carpegiani, que não conseguiu ficar calado e disparou contra a falta de planejamento, convicção e filosofia da diretoria. Isso foi ótimo, pois realmente trouxe a tona que a formação da equipe praticamente não passou por ele, já que dos reforços solicitados apenas dois foram contratados. Os demais foram por indicações de empresários e decisão dos diretores.
E realmente não tem como uma equipe dar certo quando se existem diversas ingerências.
E as trapalhadas não pararam por aí. A negociação frustrada com Ronaldinho Gaúcho é outro exemplo. Nem tanto pela negativa do jogador, mas sim pelo vice Alceni Guerra divulgar aos quatro cantos que a negociação estava 80% certa. Isso causou expectativa no torcedor Alviverde, que restou frustrada, e combustível para os rivais tripudiarem em cima do Coritiba.
Aí aparece o Atletiba, e a chance de pelo menos resgatar um pouco do orgulho que vem sendo jogado no lixo diariamente pelas atitudes intempestivas de diretores, que a cada ano que passa, mostram que não tem preparo nenhum para dirigirem o clube.
E como dizem, não há nada tão ruim que não possa ser piorado, o Coritiba perde para o time reserva do Atlético, de maneira vexatória sem dar nenhuma esperança de dias melhores.
E se o problema era o Carpegiani, como diziam alguns Coxas "influentes" e "formadores de opinião" nas redes sociais, o que dizer da atuação de Pachequinho, que para imitar o antigo mestre, colocou o time no segundo tempo no mesmo 4-2-4 que não trazia nenhum resultado prático com o treinador anterior.
Isso mostra que o problema do Coritiba é muito mais "embaixo" do que dizem. O problema está em um presidente que não conhece nada de futebol, e isso fica evidente em suas entrevistas e quando vai apresentar algum jogador. O problema está em vices que querem aparecer e estão completamente desatualizados. O problema está em um diretor de futebol que parece cada vez mais perdido e não tem nenhuma identificação com o clube. O problema está em um estatuto engessado que permite que alguns dinossauros continuem tendo influências no clube. O problema está em um conselho omisso, onde grande parte que está ali, só o faz pelo "status" de ser conselheiro do clube. O problema está nas falsas promessas e projetos mirabolantes dos mesmos que vivem pulando de galho em galho e que transformaram o Coritiba em uma confraria para obter seus interesses pessoais. O problema está nos empresários que rondam o clube e tentam colocar na vitrine suas mercadorias, sem nenhum critério de avaliação por parte do clube. O problema está na qualidade técnica dos jogadores que são contratados. O problema está no conformismo e inércia que tomou grande parte dos "formadores de opinião", que para manter o "status" de ser amigo dos amigos, e ser convidados para as coisas do clube, se omitem quando deveriam cobrar atitudes daqueles que colocaram o Coritiba nesta situação.
Não vejo sinceramente luz no fim deste túnel, a não ser que apareça alguém que tome as rédeas da situação e faça uma mudança radical no Coritiba Foot Ball Club.
Enquanto isso não acontece, o clube continuará sendo gerido por pessoas sem a menor competência.
E o que mais pode acontecer?
O rebaixamento para a Série B é logo ali. E deste jeito, ele será abreviado.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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