Falando de Bola
A vitória do Coritiba sobre o Palmeiras não mostrou um nó tático de Jorginho, não mostrou nenhuma novidade tática, mostrou apenas que o futebol quando é encarado de maneira simples, ele pode ser extremamente eficiente.
E foi isso o que vimos na Allianz Arena. Um Coritiba que não apresentou nada de novo, apenas foi escalado de forma correta, sem improvisações, com os jogadores sendo bem distribuídos em campo e sabedores de suas funções.
Isso, somado às atuações exuberantes de Giovanni Augusto e Robson, deu o tempero necessário para que o “feijão com arroz” de Jorginho se tornasse extremamente saboroso para os Coxas e indigesto para os Palmeirenses.
Finalmente o Coritiba resolveu jogar futebol, não só no campeonato brasileiro, como na temporada inteira. Foi a melhor atuação da equipe Coxa em 2020. Um time forte na marcação, intenso, trocando passes com qualidade, fazendo a transição com velocidade e ainda com a pontaria afiada na frente.
Nem parecia o time que estávamos acostumados a ver neste Brasileirão.
As entradas de Yan Sasse na meia e de Rodrigo Muniz na frente fizeram grande diferença ao time. Com dois homens de criação no meio, Giovanni Augusto não ficou sobrecarregado e atuando de forma mais centralizada, conseguiu municiar ambos os lados do ataque alviverde, dando alternativas e confundindo a defesa do Palmeiras. Com Rodrigo Muniz de centroavante, o Coritiba conseguiu pressionar a saída de bola do Palmeiras e, principalmente, dificultar a marcação da defesa, já que a movimentação de Muniz abriu os espaços que Robson precisava para marcar dois gols. O artilheiro alviverde rende muito mais quando joga como segundo atacante, fazendo o facão, como visto no primeiro gol, aparecendo como homem surpresa no lado contrário do cruzamento.
Todos os gols foram frutos de jogadas muito bem executadas, com destaque para a troca de passes do primeiro gol, que começou lá no sistema defensivo. O segundo saiu também de uma troca de passes, mais curta é verdade, mas finalizada de forma espetacular por Robson. E o terceiro foi gerado após uma grande transição de Hugo Moura, que carregou a bola desde o sistema defensivo, passando para Robson, que encontrou Giovanni Augusto no meio da defesa do Palmeiras, em uma bonita infiltração como se espera de um ponta de lança.
A vitória mostrou um Coritiba diferente, que nos dá a esperança de conquistar algo melhor do que apenas tentar fugir do rebaixamento. Mas para isso é preciso que esse time alcance a tão esperada regularidade. O campeonato brasileiro é duro e no sábado o Coxa já tem uma partida muito difícil contra o Santos. A vantagem é que, a vitória contra o Palmeiras, dará uma tranquilidade maior para Jorginho trabalhar para esta partida.
O time não pode relaxar. A grande atuação de ontem deve ser comemorada e vista de forma promissora, mostrando que o “Coritiba que nos deram para torcer” tem potencial para continuar na primeira divisão e quem sabe buscar uma vaga na Sulamericana.
Bastava Jorginho abrir a cabeça e fazer o simples. Ontem ele fez, que continue fazendo daqui para frente.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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