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Falando de Bola
O Coritiba anunciou nesta segunda-feira a contratação de Fernando Seabra como treinador para a temporada de 2026.
A saída de Mozart, que pegou muitos de surpresa — afinal, ele vinha concedendo entrevistas falando em planejamento para o ano seguinte — obrigou o clube a voltar ao mercado. A verdade é que o próprio Coritiba parece ter sido surpreendido pela falta de acerto, já que a proposta de dobrar o salário do treinador dava a sensação de que a renovação era questão de tempo.
Sem Mozart, o primeiro nome procurado foi o de Roger Machado. No entanto, a pedida salarial elevada deixou claro que, por mais que o valor exigido por Mozart também fosse alto, ele não estava tão fora da realidade assim.
Com o pé fincado no planejamento financeiro e sem disposição para cometer loucuras, o Coritiba buscou um treinador que aceitasse o mesmo patamar salarial oferecido a Mozart. Chegou, então, ao nome de Fernando Seabra, de 48 anos, que virou técnico de Série A em 2024 ao comandar o Cruzeiro.
Se para alguns Mozart era tratado como uma aposta na elite do futebol brasileiro, o mesmo pode ser dito sobre Seabra — ainda que ele tenha comandado duas equipes na Série A. Pesa contra ele o total desconhecimento do Coritiba e de tudo o que envolve o clube, pontos nos quais Mozart levava vantagem.
Agora, com o martelo batido, resta torcer para que Seabra — que já trabalhou com Willian Thomas no Athletico-PR e no Red Bull Bragantino — consiga desenvolver um grande trabalho no Alto da Glória e mostrar que o Coritiba voltou para a Série A para permanecer.
Mas para isso, será necessário entregar ao treinador peças que permitam montar um time competitivo. Sem reforços de peso, especialmente no setor ofensivo, a missão será complicada. Não basta contratar Pedro Rocha, artilheiro da Série B: os reforços precisam ser desse nível para cima. Ser artilheiro da Série B, por si só, não garante protagonismo na elite — Gustavo Coutinho que o diga.
Além disso, renovar com jogadores fundamentais como Maicon e Josué, e manter pilares como Jacy, Pedro Morisco e Lucas Ronier, é essencial para que o time comece 2026 com uma base sólida.
E por falar em renovações, a torcida já demonstra preocupação com a falta de novidades — especialmente sobre Josué. Ele precisa ficar. Será peça central no modelo de jogo de Fernando Seabra, um treinador que costuma transformar o camisa 10 em protagonista, como mostrou com Matheus Pereira e Jhon Jhon no Cruzeiro e no Red Bull Bragantino.
Boa sorte, Fernando Seabra. A torcida alviverde estará com você — e espera que você esteja com um elenco à altura do desafio.
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