Falando de Bola
A temporada 2019 está apenas começando para o Coritiba, mas a sensação de “deja vu” já martela os meus pensamentos.
Voltando um pouco, mais precisamente em 2018, é fácil observar que as contratações do time Alviverde foram um desastre completo. A diretoria do Coritiba contratou vinte jogadores. Até aí nada de mais, até porque já vimos em outros anos jogadores chegarem em profusão ao Alto da Glória.
O problema é que dos vinte jogadores contratados, dezesseis deles (Carlos Cesar, Cesar Benitez, Leandro Silva, Abner, Escobar, Uilliam Correia, Vinicius Kiss, Wellington Simião, Alisson Farias, Chiquinho, Jean Carlos, Pablo, Alvarenga, Jonatas Belusso, Bruno Moraes e Guilherme) já foram embora.
Restaram apenas quatro (Alan Costa, Alex Alves, Rafael Lima e Carlos Eduardo) para 2019. E com certeza, estes quatro só ficaram porque ainda tinham contrato em vigor, pois caso contrário já teriam ido na mesma barca dos outros dezesseis. E ainda dos quatro, o Carlos Eduardo, cujo histórico físico já era de conhecimento geral e mesmo assim foi contratado, está entregue ao Departamento Médico e só deverá estar apto a voltar a jogar próximo do fim de seu contrato em maio, ou seja, mais um jogador que dificilmente vestirá a camisa do Coritiba. E sobre o trio de zagueiros que permaneceu, dois deverão iniciar a temporada como titulares, mesmo que suas limitações técnicas sejam notórias.
E assim, a incompetência do Coritiba na formação do time em 2018, trouxe prejuízos não só para a temporada passada, como exemplo, a permanência na segunda divisão, como também para 2019, uma vez que o clube terá que recomeçar, contratar vários jogadores para que no mínimo tenha um onze para colocar em campo.
Como exemplo, o Coritiba iniciou o ano tendo apenas Vitor Carvalho para a função de primeiro volante, e sem nenhum segundo-volante de origem. E para a situação ficar ainda pior, o elenco conta até o momento com apenas vinte e dois jogadores, sendo quatro goleiros e contando com Carlos Eduardo e Wanderley, ainda sem condições físicas ideais. Ou seja, para fazer um treinamento coletivo, o treinador tem que recorrer a jogadores das categorias de base.
A má gestão do futebol em 2018 trouxe prejuízos também a evolução de alguns atletas de base, mais precisamente nos casos de Thalisson Kelven, Julio Rush e Yan Sasse. Os três sucumbiram junto com o péssimo time que foi montado, e passaram de grandes apostas, para jogadores negociáveis, sendo emprestados sem nenhuma pompa para outros clubes do futebol brasileiro, na esperança de que possam render algum dinheiro em uma possível venda no futuro.
Mas isso era fácil de prever a partir da montagem do time do ano passado. Uma aposta dificilmente se tornará realidade se não tiver ao seu lado companheiros que lhe deem todo o respaldo técnico.
Mas nem tudo se perdeu em 2018. Guilherme Parede surpreendeu, acabou o ano como o artilheiro de um time que teve seu goleiro como vice artilheiro, e conseguiu um bom contrato com o Inter, deixando “algumas moedas” ao Coritiba, se compararmos com algumas negociações feitas no futebol brasileiro em 2019.
E chegamos em 2019, sempre na esperança de que aprendam com os erros do passado e consigam fazer um futuro melhor, sempre na esperança de um velho recomeço.
O problema é que o começo de 2019 não está sendo nada animador ao torcedor Alviverde.
O diretor de futebol Rodrigo Pastana foi ao mercado e o máximo que conseguiu trazer até o momento foram jogadores que, analisando friamente, não passam de apostas, para uma temporada, que mais uma vez, se mostrará decisiva.
Para as laterais vieram Felipe Mattioni, do Juventude, Fabiano, do Vitória, e Sávio, do Votuporanguense. Mattioni, chegou a ser contratado pelo Milan, mas nunca se firmou em lugar algum. Com 30 anos, tem histórico de lesões. Fabiano, 28 anos, já rodou por vários clubes e se destacou no Bragantino. Contratado pelo Vitória, foi reserva do time que caiu para a segunda divisão. Sávio, é uma aposta, como disse o próprio Pastana. Chega para ser reserva, mas com a limitação física do titular, pode aparecer em alguns jogos.
Para o meio chegou o experiente João Vitor, 30 anos, que vem da Ponte Preta. O jogador que ainda não foi apresentado oficialmente é tido como uma espécie de jogador tático, daquele que faz todas as funções da meia-cancha. Deverá atuar como terceiro homem de marcação no sistema de Argel, tendo liberdade para chegar ao ataque. Particularmente não gostei desta contratação, apesar de experiente, é um jogador que vem de lesões em 2018 e fracas atuações com a camisa da Ponte Preta.
E para o ataque chegam Wellington Junior, 25 anos, do Brasil de Pelotas, e Wanderley, 30 anos, que estava no futebol árabe. Wellington, que já passou sem destaque pelo Coritiba em 2012, chega depois de marcar cinco gols em 22 jogos pelo time gaúcho na Série B, onde não conseguiu ser titular absoluto. Em sua carreira, tem a média de dois times por temporada. Não acredito que irá emplacar no Alto da Glória. Wanderley é experiente, já jogou por Flamengo e Cruzeiro, mas estava há sete anos no futebol árabe, onde praticamente não se treina. Além disso, vem de uma grave contusão sofrida ano passado, e suas condições físicas ainda são uma incógnita, tanto que Rodrigo Pastana disse que o jogador só será apresentado oficialmente quando estiver em plenas condições físicas. Seria facilmente colocado como a melhor contratação do Coritiba até o momento, se não fosse este “pequeno detalhe”.
Alguns jogadores ainda devem chegar. Um volante, que deve ser Gabriel Dias, do Internacional, um zagueiro que pode ser o jovem Sabino (quem?), do Santos, um atacante de referência, Rodrigão, do Santos, é o mais cotado, e um meia, que dentre vários cogitados estão o experiente Douglas, do Grêmio, e Giovanni Augusto, do Corinthians.
Assim, começa a temporada 2019 para o Coritiba. Um velho recomeço na tentativa de recuperar o tempo perdido. O problema, é que o andar da carruagem até o momento pode trazer à tona velhos fantasmas ao torcedor Alviverde.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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