Falando de Bola
Muitos de nós já buscamos tirar lições de situações que não são favoráveis. Quando as coisas não acontecem como esperamos, o primeiro pensando que vem a cabeça é: ” mas pelo menos serviu como aprendizado...”
E isso tem sido muito comum na vida do torcedor coxa-branca atualmente. Principalmente se compararmos com a fase do nosso rival. Tudo bem vai, na nossa cabeça somos o maior, mais tradicional, torcida mais engajada, estádio mais bonito, mas estamos ficando para trás, aliás, ficando não, já estamos atrás.
E não adianta nada ser demagogo e não reconhecer isso. O fato é que os caras nos ultrapassaram enquanto nós estamos presos nas glórias do passado, vivendo em uma bolha como se o presente e o futuro não existissem.
E o pior de tudo, que não é somente nós torcedores que vivemos assim, mas principalmente quem teve a chance de mudar a história do clube. Sai presidente, entra presidente, e quem chega lá não teve a capacidade de fazer o Coritiba evoluir e mudar o curso da história.
Vivemos atualmente de tentativas fracassadas de “secar” o rival, enquanto eles vão dando passos cada vez mais gigantescos em busca da afirmação entre os grandes do futebol brasileiro. E não adianta mais, nós coxas, negarmos isso. Os caras são reconhecidos por todos como um dos grandes atualmente. E nós aqui, com um discursinho raso de que somos o maior. Não somos mais, temos que admitir. Podemos ser o mais tradicional, mas não o mais vencedor.
E só iremos crescer quando sairmos da bolha e admitirmos isso, procurando se espelhar e evoluir nas boas práticas deles. Temos um ótimo exemplo bem ao nosso lado. A hora é de ser humildes e buscar a evolução na forma deles trabalharem.
Ah, mas os caras conseguiram um estádio com dinheiro público. Eu sei e você também sabe disso. Mas esse discurso não cabe mais. Se insistirmos nisso, continuaremos patinando e preso a um passado que fica cada vez mais distante e que está nos distanciando ainda mais deles.
Ah, mas eles são um time de dono. Também não cabe mais esse discurso. O “dono” deles transformou um time em 25 anos de muito trabalho. E trabalho competente, não apenas de teoria, mas sim de muita prática.
As vezes tenho a impressão de que usamos essas duas “desculpas” como forma de nos iludirmos e não enxergarmos a realidade bem a nossa frente.
Antes que os arautos da demagogia digam que estou exaltando um clube que usou do dinheiro público para crescer, quero dizer que não estou fazendo isso, só estou querendo que nosso clube tome como exemplo as boas práticas do lado de lá para tentar ver o Coritiba sair do marasmo que se encontra.
E isso só vai acontecer quando as pessoas que podem ajudar a mudar o rumo do clube, deixarem de lado as suas vaidades pessoais, colocando a mão na massa e pensando no Coritiba como uma instituição e não como o seu escritório pessoal.
Tenho muita esperança que a diretoria atual pode dar o pontapé inicial para que isso aconteça, mas de nada vai adiantar se as próximas que vierem não tiverem o mesmo pensamento e a mesma direção.
Precisamos sair da bolha que nos encontramos há tempos, acreditando que o passado sim deve ser exaltado, mas que o presente e o futuro são muito importantes para que as glórias passadas não sejam esquecidas ou cheias de poeira em uma sala escura sem brilho.
Enquanto isso não acontece, veremos o rival empilhando conquistas na nossa cara, e nós divagando: ” time de dono....dinheiro público....blá blá blá....”
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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