Falando de Bola
Gostaria de trazer aos leitores do COXAnautas uma reflexão sobre qual é o nosso papel enquanto torcedor do Coritiba Foot Ball Club?
É sabido que o torcedor Coxa-Branca tem sido judiado nos últimos anos. Péssimos resultados dentro campo frutos de administrações ruins, que abalaram completamente a moral e autoestima do mais otimista torcedor. Todos nós que já adentramos a vida adulta um dia já fomos crianças e fico imaginando o quão difícil deve ser uma criança que torce para o Coritiba hoje em dia. Não deve ser fácil ir ao colégio depois de um rebaixamento, a perda de um título estadual para o rival ou até mesmo uma eliminação na primeira fase de um campeonato fraquíssimo.
Só mesmo um orgulho muito grande em ter o Coritiba no coração para poder encarar de frente todas as provocações e ironias vindas de torcedores alheios ao amor incondicional pelo clube alviverde.
E aqueles que possuem esse tal amor incondicional, sempre terão a esperança de que um dia tudo irá mudar, independente da dificuldade que é sair de um buraco que parece cada vez mais profundo, e o Coritiba voltará a ser grande e a ser imbatível nas discussões colegiais.
Mas, voltando ao assunto a ser abordado neste texto, qual o nosso papel em um momento de grande dificuldade que o clube se encontra, não só financeira, mas principalmente como Instituição?
A cada ano que passa, a cada diretoria que é eleita, a impressão que tenho é que o Coritiba caminha para lados completamente opostos que não levarão a lugar nenhum, estando sempre percorrendo círculos viciosos que estacionam o clube cada vez mais.
Tudo hoje, pelo menos na visão de grande parte da torcida, parece ser feito de maneira errada. Se um jogador com mais de trinta é contratado, é sinal de que o clube está montando um time velho, trazendo jogador que ninguém mais quer. Se o clube contrata um jogador de 21 anos para os aspirantes, é sinal de que o jogador só veio porque o seu clube de origem não quer mais. A intolerância caminha cada vez mais próxima dos torcedores.
E não vejo que o torcedor está errado em pensar desta maneira. Isso é fruto de anos de anos de fracasso. Não há torcedor que resista a tanta tortura.
O que eu me pergunto é de que adianta agirmos desta forma se muitas vezes não fazemos o nosso papel, que no mínimo é o de se associar ao clube, para que possamos um dia ter a oportunidade de adentrar ao Conselho ou até mesmo fazer parte de um G5 para tentar mudar a história do clube que amamos.
Com a grave crise econômica que o país atravessa, privilegiados são aqueles que podem se associar ao Coritiba e ajudar a mudar o rumo da história alviverde. E essa coluna é inspirada nestes que podem ajudar e muitas vezes não o fazem, sabe-se lá o motivo.
Talvez a grande maioria, como eu já pensei assim também, fique sempre na espera que um mecenas apareça e salve o clube injetando milhões de reais, o que está errado, porque além de isso não acontecer, não queremos que o nosso clube do coração fique à mercê de alguém apenas porque ele está bancando o clube. Uma instituição do tamanho do Coritiba Foot Ball Club pode muito bem sobreviver por seus próprios esforços. Basta apenas que existam pessoas capacitadas para comandá-lo. E essas pessoas, podem ser qualquer um de nós, basta termos vontade, capacidade e disponibilidade de fazermos tornar realidade o nosso sonho e de milhares de coxas que existem por aí.
O clube só vai mudar de patamar com um quadro associativo forte. Por mais que isso seja redundante, é de nós torcedores que o clube precisa. Alguns fazendo o seu papel nas arquibancadas, outros fazendo um clube forte atuando como conselheiros ou diretores.
Enquanto não temos a oportunidade de fazer isso acontecer, é preciso mudarmos a maneira que enxergamos as coisas atualmente, tentando olhar as coisas pelo copo meio cheio, pensando que já estamos em um buraco e temos apenas duas opções:
Ou nos conformamos em ficar ali dentro dele esperando a vida passar até que morramos de inanição, ou então, acharemos os caminhos para sair dele, nos agarrando a as possibilidades de escalá-lo até chegarmos à saída e podermos voltar a enxergar a vida.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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