Falando de Bola
Não é novidade para ninguém os motivos que levaram o Coritiba a fazer uma campanha ridícula no campeonato brasileiro até aqui. Os números por si só provam a inabilidade da diretoria anterior em conduzir o futebol do clube na primeira divisão do campeonato brasileiro. Não obstante a lanterna que ocupa, o Coritiba é o time que mais perdeu, tem o pior ataque e a pior campanha como visitante.
E dentro de casa, onde o time alviverde sempre foi forte, a campanha é lamentável. Em 15 jogos no Couto Pereira, apenas três vitórias, quatro empates e a incrível marca de oito derrotas, ou seja, o Coritiba perdeu mais da metade dos jogos em casa. E o time tem ainda o pior desempenho em gols marcados dentro de sua casa, apenas oito.
Não há como se manter na primeira divisão com retrospecto tão ruim. Mas isso poderia ser completamente diferente se a diretoria de Samir Namur tivesse tido um pouquinho só de inteligência, principalmente em relação ao comando técnico.
A constante troca de treinadores, quatro só no campeonato brasileiro, e as péssimas escolhas a cada treinador anunciado, leia-se Eduardo Barroca, Jorginho e Rodrigo Santana, passando também pela escolha de Pachequinho para dirigir o time em um momento tão importante, podem ser considerados os principais motivos para o fracasso do Coritiba no campeonato brasileiro.
E porque as constantes trocas de treinadores podem ser consideradas o principal motivo para o fato do Coritiba estar na lanterna da competição?
O que vimos no Atletiba, quando o time, mesmo cheio de desfalques, mas jogando de forma organizada, com cada jogador ciente de sua função tática, quase conseguiu vencer o jogo, não tendo êxito apenas pela falta de intensidade e capacidade ofensiva.
E além da organização da equipe, o Atletiba nos trouxe ainda alguns jogadores que com outros técnicos não rendiam absolutamente nada, mas que mostraram no clássico que podem ser aproveitados no restante da competição e até para a outra temporada.
Três merecem ser destacados: Guilherme Biro, Sarrafiore e Ezequiel Cerruti.
Jogando na lateral-esquerda, Biro foi uma grata surpresa. Muito firme na marcação, anulando Carlos Eduardo, principal atacante adversário, ainda arriscou subidas ao ataque, e só deixou o campo por estar sentindo câimbras de tanto esforço. Não custa lembrar que o jogador foi praticamente queimado por Jorginho quando foi tirado de campo com 20 minutos na partida contra o Grêmio. Vendo a atuação dele no clássico, é inadmissível pensar que os treinadores que passaram pelo Coritiba insistiram com William Matheus, mesmo sabendo que o jogador sairia do clube, Jonathan, e principalmente Mattheus Oliveira improvisado por ali.
A constante falta de criatividade do Coritiba na meia-cancha só foi superada em alguns jogos, quando Giovanni Augusto assumiu a responsabilidade praticamente sozinho. Mas ela poderia ser muito bem compartilhada se ele tivesse ao seu lado o meia Sarrafiore, que fez um bom clássico, mostrando muita habilidade e visão de jogo. O meia argentino estreou como titular no jogo contra o Vasco no primeiro turno sob o comando de Jorginho, mas depois daquela partida só foi receber nova chance de começar uma partida sob o comando de Gustavo Morinigo. Entrou no decorrer de alguns jogos e pouco mostrou. A impressão que se tinha, e falei algumas vezes isso na TV COXAnautas, era de ser um jogador desinteressado. Talvez por isso não recebesse mais chances. Até que chegou o técnico paraguaio e Sarrafiore fez uma boa partida, mostrando que a solução para a meia-cancha poderia estar mais perto do que todos imaginavam.
O atacante Ezequiel Cerruti é outro que merece destaque. Mostrando grande disciplina tática, o jogador ainda mostrou grande nível cognitivo, acertando praticamente todas as decisões que tomou em campo. Tendo sofrido uma lesão praticamente em sua chegada ao Coxa, sob o comando de Jorginho e Rodrigo Santana pouco jogou, mas provou que pode ser uma excelente opção de lado de campo ao Coritiba, não só até o final do campeonato brasileiro, como para a sequência de 2021.
Os três casos citados provam o quanto a diretoria do Coritiba errou ao apostar em treinadores fracos, que não conseguiam extrair o melhor do elenco que tinham a disposição. Bastou a chegada de um treinador com um nível melhor, que o time foi melhor escalado e mais bem arrumado dentro de campo, isso tendo Morinigo apenas dois dias de trabalho.
Com o nível baixíssimo do campeonato brasileiro, o Coritiba poderia estar em uma situação bem melhor caso a opção pelo comando técnico fosse feita de maneira acertada.
Lembrando ainda que a cada chegada de um novo treinador, um novo preparador físico também vinha junto, atrapalhando todo e qualquer planejamento físico do elenco, o que resulta no que vimos no Atletiba, um time com um preparo sofrível no segundo tempo.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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