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Ricardo Honório27/11/17, 07h48
Falando de Bola

Que agonia!

Ontem o dia estava propício para uma grande festa. Até São Pedro resolveu colaborar com o Coritiba, segurando uma chuva que se anunciava desde manhã.

Cheguei cedo no Couto, como há muito não fazia. O clima estava perfeito para comemorar a permanência na primeira divisão, única coisa que a torcida Alviverde tem conseguido comemorar nos últimos anos.

Fui encontrando amigos pelo caminho, alguns deles antigos, outros novos. Vários expectadores da TV COXAnautas também vinham falar comigo e a opinião era unânime: Hoje é dia de exorcizar de uma vez o fantasma da Série B.

A Mauá de Fogo, mais uma vez estava linda. A torcida Coxa ensandecida, gritava o amor pelo time na chegada dos jogadores. Uma live no facebook do COXAnautas mostrou em tempo real a festa na chegada do time Alviverde.

Era impossível não se emocionar com aquilo. Seria um prenúncio de uma grande festa no Alto da Glória? Ainda mais se considerássemos que o São Paulo vinha com um time recheado de reservas.

Mas Couto Pereira lotado e o time do Coritiba parecem ter ojeriza um do outro nos últimos tempos. Não foram poucas as vezes que a torcida lotou o Couto e saiu decepcionada com o rendimento do time dentro de campo.

Quando a bola rolou, logo se viu que as coisas não seriam assim tão fáceis. O São Paulo tomou conta da partida. O time Alviverde escolheu deixar a bola para o time paulista e tentar os contra-ataques, mas eles não apareciam.

Aí o fraco juíz Anderson Daronco, aquele mesmo que deixou de dar um pênalti em Rildo no Atletiba e marcou um para o rival que não foi, resolveu literalmente dar uma mãozinha. Um toque de mão de Tiago Real que acabou sendo marcado em favor do Coritiba. Primeira vez que eu via aquilo no futebol, sinal de que a tarde seria realmente de festa no Alto da Glória.

Ledo engano meu, para tristeza dos mais de 30 mil coxas que foram ao Alto da Glória.

A saída por contusão de Alan Santos, e a entrada de Edinho, Por que isso, Marcelo Oliveira?, fizeram uma nuvem negra pairar sob o Alto da Glória.

O time do Coritiba até começou bem o segundo tempo. Mas aí, vieram as tais bolas paradas, só que desta vez em favor do adversário.

A zaga Alviverde dormiu duas vezes e viu o apenas esforçado São Paulo virar o placar, sob os olhares incrédulos da torcida Coxa.

O que era festa virou revolta. Indignados com a postura retraída do time, torcedores atrás do banco de reservas passaram a xingar o técnico Marcelo Oliveira.

O treinador parecia perdido. Chamou Iago Dias, mas deixou o jogador parado ali no banco de reservas por uns cinco minutos, dando a impressão de que não sabia quem iria tirar, e olha que opções não faltavam.

O escolhido foi Edinho, logo ele que não deveria ter entrado. Hoje, a maior virtude do volante não é com a bola nos pés, mas sim como liderança fora de campo. Aliás, o jogador ganha um polpudo salário para servir mais fora do que dentro de campo.

A entrada de Iago não adiantou nada. Era esperar demais de um jogador que vem muito mal durante toda a temporada. Ainda mais entrando em um time que já estava completamente batido dentro de campo.

No apito final aquela sensação de agonia infinita. Uma sensação horrível, de incredulidade, de não acreditar no que tinha acontecido naquela tarde.

A única coisa que conforta é saber que apesar de tudo, o Coritiba ainda depende só dele. Mas este é o problema, como acreditar em um time que dá mostras de que não tem mais nenhuma força para reagir.

E o duro é que o próximo adversário é a Chapecoense, time valente e guerreiro, que entrou definitivamente na briga por uma vaga na Libertadores. E só os três pontos garantirão que o Coritiba permaneça na primeira divisão, sem depender de outros resultados.

O negócio agora é, mais uma vez, torcer, e esperar pelo milagre de Chapecó.


Saudações Alviverdes
Ricardo Honório

Ricardo Honório

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