Falando de Bola
Não tenho a menor dúvida que de dez entre dez torcedores do Coritiba sempre paira a mesma dúvida: “Por que o time não joga fora de casa como joga no Couto Pereira?” Tenho certeza que se tivéssemos a fórmula mágica para isso seríamos campeões brasileiro, não só nesta temporada como em outras também.
O jogo contra o Botafogo mostrou aquele Coritiba que a torcida gosta de ver. E aquele que o saudoso Follador prometeu que teríamos quando disse: “Se não vai na técnica, vai na raça!” E foi assim contra os cariocas.
O antes do jogo mostrava que teríamos muitas dificuldades, afinal não eram poucos os desfalques. E pior, eram desfalques importantes. Mas, diferente de anos anteriores, temos um elenco. E os que entraram não fizeram o torcedor sentir falta daqueles que saíram. Todos jogaram com muita raça e honraram o belíssimo manto alviverde. Aliás, vale até um comentário para o lindo uniforme que o Coritiba usou ontem.
Com ausências importantes, um sistema defensivo sem entrosamento, a tática foi clara. Povoar o meio, proteger o sistema defensivo e bola no Igor Paixão. Deu certo. Tudo aquilo que o time tinha que fazer, o fez. Obediência tática em dia.
Quando as peças estão ajustadas, não tem como dar errado. Só faltava o toque do craque para que a vitória viesse. E ele veio. E veio em dose dupla, em um lançamento do Val no melhor estilo Gérson “Canhotinha de Ouro” para uma finalização primorosa e cheia de qualidade, “a lá Romário”.
Com a vantagem no placar, o negócio era defender a meta de Muralha com precisão. E assim foi. E quando o cara do Botafogo achou um chute, lá estava o goleiro alviverde para fechar a sua meta e garantir a vitória.
Destaques
O time inteiro se portou bem, mas seria injusto não falar de Matheus Alexandre. O que esse cara jogou foi brincadeira. Um monstro. Fechou o seu lado e não deu a menor chance para quem tentou atacar pelo seu lado.
Matheus Alexandre é um exemplo de que devemos ter paciência antes de dar baixa em qualquer jogador. Há pouco tempo, grande parte dos torcedores estaria comemorando uma possível lesão dele, hoje estamos todos preocupados, torcendo para que não tenha sido nada que o tire de campo por muito tempo.
Menções honrosas também para Muralha, Márcio, Willian, Thonny Anderson e Igor Paixão. Ah e o Val também, afinal mesmo que tenha começado o jogo errando muito, não dá para não falar no seu lançamento para o gol. Aquilo é coisa de quem sabe jogar bola. Só falta ele colocar a cabeça no lugar e se concentrar em sua profissão. Se fizer isso, o substituto do Andrey está aí.
Cadê o fair play?
O lance do Erison com o Matheus Alexandre foi aquele típico do malandro brasileiro. Aquele que quer levar vantagem na desgraça do outro. Após um episódio envolvendo o atacante Moisés, do Fortaleza, que foi muito elogiado por sua conduta, vimos exatamente o contrário no Couto Pereira. E pior, no lance em Fortaleza, Moisés estava com a bola e desistiu do lance ao ver a contusão do companheiro de profissão. No Couto Pereira, a bola estava dominada pelo jogador do Coritiba e o atacante do Botafogo se aproveitou da lesão para sair com a bola.
O que Erison fez é feio, é desonesto. Não merece vestir a camisa de um time que já teve Garrincha, um legítimo malandro da bola, mas no sentido honesto, e não desonesto como foi Erison.
Acho que o Renê Simões deveria mandar uns vídeos para o Erison ensinando a ele como viver com fair play. Com certeza faria uma lavagem cerebral no acéfalo jogador do Botafogo.
Saudações Alviverdes
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