Falando de Bola
Na gangorra de ilusões que tem pautado a vida Alviverde nos últimos anos, a vitória sobre o Paraná traz diversas sensações aos torcedores Coxas.
Para alguns, a vitória nada mais é do que o reflexo dos salários depositados na conta. Com dinheiro no bolso, o esforço dos atletas foi dobrado.
Para outros, a vitória mostrou um time aguerrido, bem organizado em campo e que tem condições de fazer uma boa temporada.
E por último, a vitória, apesar de maiúscula, ampliada em importância por ser em um clássico, não pode esconder os defeitos do time, muitos ainda, diga-se de passagem.
Eu sou partidário desta última hipótese. O time ainda carece de melhoria no setor da meia-cancha.
Virtudes foram vistas no clássico, o goleiro Wilson não foi incomodado em nenhum momento, em que pese a ineficiência ofensiva paranista, grande parte desta inércia foi garantida graças ao bom desenvolvimento do sistema defensivo do time. Todos jogaram bem, sem exceção.
Luccas Claro voltou muito bem ao time, apesar de em nenhum momento este colunista que vos fala achar que Wallison Maia deveria sair do time. Henrique foi muito bem também, e se continuar nesta evolução vai incomodar Carlinhos. Ceará e Juninho mantiveram sua regularidade de atuações seguras.
O lateral paraguaio Cesar Benitez entrou na segunda etapa no lugar de Ceará e mostrou boa qualidade. Apesar de ter sido contratado como lateral esquerdo, o jogador é destro e poderá se tornar opção para as duas laterais.
A dupla de volantes cresceu com a volta de Alan Santos, que tem uma boa saída de jogo. João Paulo foi regular, mas ainda está aquém daquele jogador que terminou muito bem o campeonato brasileiro e foi fundamental na reta final da competição.
Dudu foi o grande destaque do jogo. Fez o que dele se espera. Aproximação aos atacantes, para poder concluir em gol. Mas não é o armador que a torcida espera. Ele precisa de um camisa 10 de mais qualidade e dinamismo que Juan, ao seu lado, para que o seu jogo possa fluir melhor.
E no ataque, o paraguaio Ortega mostrou que poderá ser bem útil durante a temporada. Soube fazer a referência na frente, e demonstrou qualidade com a bola nos pés. Trouxe ainda um pouco de malandragem ao time, cavando um pênalti quando o jogo se encaminhava para o 0x0 no final da primeira etapa.
Negueba também fez uma boa partida, se destacando muito na marcação e nas roubadas de bola. Foi seu também o cruzamento que originou a penalidade máxima. Mas ainda eu gostaria de ver o jogador atuando como atacante e não como um marcador de lateral.
Com a possível volta de Kleber para o Atletiba, o técnico Gilson Kleina irá quebrar a cabeça, no bom sentido, para montar o seu ataque.
Já em relação aos problemas do time, a armação da meia-cancha ainda se torna o calcanhar de Aquiles.
João Paulo e Juan, apesar de experientes e importantes ao time, não tem dado qualidade na armação das jogadas de ataque.
Percebe-se no time Alviverde, melhor ataque da competição com 21 gols, uma equipe que tem jogadores como Dudu, Negueba, Leandro, entre outros, que verticalizam muito as jogadas de ataque, o que é muito importante, pois traz intensidade e velocidade ao ataque e tem dado resultado. O Coritiba tem criado muito em jogadas pelos lados.
Porém, quando enfrenta adversários mais fechados, o time Alviverde encontra dificuldades, justamente por não possuir um jogador com características de armação, que tenha mais qualidade no passe final e que de mais dinamismo a meia-cancha.
E dentro do elenco, não há um jogador com estas características.
Opções no mercado nacional, praticamente não existe. Talvez quando acabarem os regionais, mas aí os grandes times do futebol brasileiro já deverão ter garimpado todos os jogadores, principalmente os que atuam no Campeonato Paulista.
Com isso, a chegada de outros sul-americanos ainda torna-se a principal alternativa para o Coritiba reforçar o seu time.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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