Falando de Bola
Não tem sido fácil a vida do torcedor Coxa-Branca. Aliás, não sei se um dia ela foi fácil. Talvez a vida de torcedor nenhum seja do jeito que ele realmente gostaria que fosse. Mas o fato é que o Coritiba judia demais do seu torcedor. Haja coração!
É natural que um time que está há seis jogos sem vencer entre em campo totalmente pressionado pela necessidade da vitória e acabe tendo muito mais dificuldades em conseguir fazer o seu jogo fluir. Mas do outro lado tinha um adversário com uma situação parecida, com a diferença que está tendo que dividir as suas atenções com mais duas competições, fato que prejudica qualquer time que não tenha um elenco minimamente satisfatório.
Mas quando o Coritiba abriu o placar logo no início da partida, em uma jogada muito bem trabalhada pelo lado esquerdo, eu achei que finalmente veríamos uma vitória até de certa forma tranquila no Alto da Glória. Ledo engano. Foi um verdadeiro teste para cardíacos. O Coritiba judia da gente.
O time vinha bem na partida, mas a saída de Warley e a péssima entrada de Thonny Anderson (que decepção a falta de dedicação deste jogador em campo), fizeram com que o time passasse a ter muitas dificuldades contra um adversário que, mesmo com o time quase inteiro de reservas, mostrou qualidades e dominava as ações no Alto da Glória.
Veio o segundo tempo, e com ele a coisa piorou. O Fortaleza mandava no jogo e o gol parecia questão de tempo. Juninho Capixaba e Romarinho aterrorizavam a vida de Matheus Alexandre pelo lado esquerdo, e o Coritiba, acuado em seu campo, não conseguia sair de trás, fazendo com que o campo defensivo do time cearense fosse algo desnecessário para a partida naquele momento, já que o jogo era executado em apenas uma metade do gramado.
As substituições de Morínigo não ajudaram, quer dizer, Nathan Mendes até ajudou a fechar o corredor ofensivo esquerdo do Fortaleza, mas a entrada de Bernardo recuou ainda mais o time, que não conseguia encaixar um ataque. A partir da expulsão as coisas ficaram ainda piores e os cearenses chegaram ao gol de empate. Ali temi pelo pior.
O Coritiba estava tão abatido, que o gol da virada do Fortaleza parecia questão de tempo. Os jogadores alviverdes não tinham força para sair de trás, deixando a torcida Coxa-Branca muito irritada. Ela parecia não acreditar na passividade do time após o gol de empate.
Mas eis que o imponderável resolve dar as caras e ajudar o Coxa-Branca a voltar a sorrir. Em um chutão despretensioso do goleiro Rafael William, o tão criticado José Hugo (alô torcida, vamos ter um pouco de paciência com ele) arrancou no meio de dois zagueiros, foi perseguido por quatro jogadores do Fortaleza até chutar com precisão na saída do goleiro. Um gol inacreditável, sensacional, que finalmente tirou o Coritiba do jejum de seis jogos sem vencer. Os três pontos devem ser muito comemorados pela circunstância do jogo e a situação da equipe no campeonato. Mas temos muito a melhorar.
Assim seguimos, aos trancos e barrancos, na dificuldade e equilíbrio que tem marcado o Brasileirão. Apesar de querermos ver o Coritiba lutando por algo que seja condizente com a centenária tradição de um clube campeão brasileiro, a realidade é bem diferente. Nossa luta neste momento é para se afastar da parte de baixo da tabela. Não temos time para pensar em algo melhor neste momento, mesmo que eu com meu otimismo contumaz queira dizer o contrário. Isso é pensar pequeno? Não, é ser realista. Ainda temos muitos degraus a subir antes de pensarmos em atingir um objetivo maior.
Ainda temos quatro jogos antes do final do primeiro turno, dos quais dois, Juventude e Cuiabá, serão em casa e temos que vencer. Porém, o segundo turno será extremamente complicado. As equipes voltarão às suas atenções com força total para o Brasileirão, se reforçarão, e as partidas serão ainda mais difíceis e disputadas. Por isso, a diretoria que trate de resolver o transfer ban, isso é fundamental para a sequência do Coritiba no Brasileirão. Sem reforços, a nossa luta tende a ficar ainda mais complicada e a vida do torcedor Coxa-Branca ainda mais difícil.
Saudações Alviverdes
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