Falando de Bola
O Coritiba começou o estadual do jeito que o torcedor esperava, com vitórias. Times semi-amadores à parte, o fato é que nos dois jogos dentro de casa o time alviverde fez o seu dever de casa, ou melhor, a sua obrigação.
Em um campeonato de nível técnico baixíssimo, vencer PSTC e São Joseense não deve ser encarado como algo a ser festejado, mas sim como algo obrigatório. A diferença de investimento é absurda, incomparável. Salvo os atletibas e um jogo ou outro, o restantes dos confrontos no paranaense é daqueles que não se aceita outro resultado senão a vitória.
Por isso que não me empolgo neste começo de ano. Para ser sincero, independente de ser começo de temporada ou não, gostaria de ver o Coritiba vencendo com mais facilidade, o que não aconteceu até agora. Sair atrás de um jogo contra o PSTC ou sofrer com os dribles de Welissol é sinal de que tem muita coisa ainda para ser trabalhada. Espero que o técnico Guto Ferreira saiba disso e não se acomode em achar que não precisa de reforços e que esse elenco de “gente trabalhadora” vai dar conta do recado e conquistar o principal objetivo do Coritiba na temporada: o retorno para a Série A.
Aliás, elenco trabalhador é o mínimo que se espera, afinal ali é o ambiente de trabalho dos caras. Em um mundo real e da iniciativa privada, o cara que não rende, não passa muito tempo empregado. Por que no futebol é diferente? Agora que o Coritiba passou a ser gerido de forma profissional, pelo menos é isso que se espera da SAF, que se atentem mais para os jogadores que não estão jogando bola.
Ainda é muito cedo para dizer onde o Coritiba pode chegar ou mesmo onde não chegará. Nos dois jogos que disputou até agora, não dá para dizer que o sistema defensivo é seguro ou que o ataque é efetivo. Vamos ser sinceros, o Coritiba ainda não foi testado de verdade.
Não me iludo mais com as atuações no paranaense. Este campeonato deve ser considerado um treino de luxo para que o treinador possa arrumar o time para o restante da temporada, pois o nível dos adversários é bem inferior ao que vamos enfrentar lá na frente. Lembro de como nos iludimos com as atuações do Rodrigo Pinho no começo do paranaense em 2023. Quem não lembra do golaço contra o Foz do Iguaçu ou o gol de oportunismo que deu a vitória magra contra o Rio Branco no Couto Pereira? O que aconteceu depois mostrou que o Rodrigo Pinho do paranaense não era o jogador que esperávamos.
Isso quer dizer que tudo está errado? Não. Mas as duas vitórias no paranaense também não podem dizer que estamos no caminho certo, que Rodrigo Gelado, Arilson, Vini Paulista, Matheus Frizzo e Figueiredo são os reforços dos sonhos, que Fransérgio finalmente jogará a bola que esqueceu de jogar em 2023 ou que a dupla de zaga é uma barreira intransponível.
Obviamente que estou feliz com as duas vitórias, só louco não estaria, mas não me iludo mais como em outrora. O Coritiba tem me decepcionado muito nos últimos anos e apesar do otimismo que me é contumaz, eu sou igual a Tomé, “só acredito vendo.” E o que vi até aqui, ainda é muito pouco para o que eu espero lá para frente.
Saudações Alviverdes
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