Falando de Bola
Acabou a era Gustavo Morínigo no Coritiba. Passados um ano e oito meses, o treinador deixa o clube alviverde com 99 partidas, 43 vitórias, 22 empates e 34 derrotas, sendo o oitavo treinador com mais jogos pelo clube. Teve momentos importantes, como o acesso à Série A e o título paranaense de 2022, que não era conquistado pelo Coritiba desde 2017.
Mas a campanha neste Brasileirão vinha muito aquém do que era esperado. O time não conseguiu render o que se esperava, vários jogadores abaixo do que podiam jogar, insistência com alguns que ninguém mais entendia e a pior campanha fora de casa na história do clube. Não dava mais para segurar Gustavo Morínigo apenas para manter o projeto inicial. Todos sabemos que mesmo os mais sólidos projetos precisam de correções durante sua execução, e com o Coritiba não foi diferente.
Sempre fui um defensor do trabalho de Gustavo Morínigo. Levei muita porrada por isso, mas não me arrependo em nenhum momento. Em todas as vezes que tive a oportunidade de conversar com ele sobre futebol e o Coritiba, ficava muito evidente a sua seriedade na condução dos trabalhos, bem como a vontade em fazer história no clube alviverde. Conheci um lado dele que com certeza poucas pessoas conheciam enquanto ele esteve no comando do time, e este lado me fazia ter a opinião de que a sua permanência era o melhor para o clube, com a esperança de que os resultados aparecessem. Mas infelizmente eles não vieram e a sua demissão se tornou algo inevitável. Mas isso não apaga a seriedade com que desenvolveu seu trabalho.
A diretoria não parou na demissão apenas de Morínigo e sua comissão. René Simões também ganhou o boné. Nada mais justo, afinal o Departamento de Futebol não é de responsabilidade apenas do treinador, pelo contrário, um diretor de futebol, no caso do Coritiba um Head Esportivo, tinha que dar todas as condições para que o treinador pudesse desenvolver o seu trabalho, e isso não vinha acontecendo. O “sumiço” de alguns atletas era o maior sinal de que havia alguma coisa errada no ar. Portanto, se Morínigo não conseguia fazer sua parte em campo, e René Simões não estava fazendo a sua parte fora dele, as saídas são justas. Afinal, o Coritiba segue, enquanto as pessoas passam. E as demissões não deveriam parar por aí não, teria mais gente para pegar a barca junto. É preciso uma reformulação total no Departamento de Futebol.
Agora vem aí o folclórico Guto Ferreira, que há tempos vem tendo o seu nome ventilado pelo torcedor alviverde. Não era o meu nome preferido, confesso, mas torcerei muito por ele, assim como torci para Gustavo Morínigo. Uma vez eu disse para Morínigo: “Torço muito por você, pois você estando bem, consequentemente o Coritiba também estará!” E o mesmo vale para o novo treinador. Terá a minha torcida sempre.
Espero que Guto Ferreira consiga desenvolver um bom trabalho no Coritiba e fazer alguns jogadores voltarem a desenvolver um bom futebol, coisa que não acontece há tempos. E espero principalmente, que como em um passe de mágica, jogadores que parecem estar presos no Departamento Médico consigam encontrar sua cura e estar à disposição do novo treinador.
Sob nova direção, vamos em frente. Que Guto Ferreira possa ter sucesso no comando do Coritiba e fazer um trabalho melhor que Gustavo Morínigo vinha fazendo. É o mínimo que esperamos.
Saudações Alviverdes
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