Falando de Bola
Foi sofrido, mais do que se imaginava. Mesmo sabendo das carências existentes e da fragilidade técnica de alguns jogadores, acho muito difícil algum torcedor Alviverde ter imaginado antes da partida que a classificação seria conquistada com muita dificuldade e com alguma ajuda.
Sim, ajuda do senhor Claudio Francisco de Lima e Silva, árbitro sergipano, que deixou de anotar dois pênaltis claros para o time baiano, um deles no final da partida, que se convertido, dificilmente o Coritiba conseguiria reverter o resultado.
Por outro lado, alguns alegam falta no Werley no lance do gol baiano. Olhei umas dez vezes o lance e achei o tranco legal.
Ironias a parte, foi triste assistir o futebol que o Coritiba jogou ontem em Vitória da Conquista. Sem jogadas pelas laterais, buraco na meia-cancha, falta de criatividade e inspiração no ataque.
Lendo alguns comentários por aí, tem gente que acha que falta pouco para acertar este time. Eu, sinceramente, acho que falta muito.
O time não tem lateral-direito. Não acredito que neste momento o Dodô seja a solução. Suas atuações apagadas pela seleção Sub-20 mostram isso. Carpegiani só tem improvisado o Werley por ali porque percebeu que nem Rodrigo Ramos, muito menos o improvisado Thiago Lopes, darão conta da posição.
Pelo lado esquerdo, Carlinhos tem mostrado cada vez mais que seu tempo de Coritiba já passou. Mas para este setor o treinador ainda aguarda a estréia de William Matheus. Se mostrar o futebol que apresentou no Goiás, toma conta da posição. Porém, se jogar o que mostrou no Fluminense, logo a diretoria estará atrás de outro atleta para a posição.
A dificuldade na meia-cancha é evidente. A falta de um articulador, por mais boa vontade que se tenha com Ruy, tem forçado o treinador a colocar quatro atacantes durante as partidas.
Assim o time desordenadamente parte para o abafa, e atacante Kleber, que deveria ser o cara a ser municiado para colocar a bola para dentro, tem que recuar para tentar armar a equipe.
Isso aconteceu ontem contra o time baiano e mais uma vez não deu certo. O gol só saiu em um lance de bola parada.
O muito que falta para organizar a equipe trata-se quase que exclusivamente da chegada de atletas com condições de serem titulares. Para quem além do time ter melhor qualidade técnica, o técnico Carpegiani possa também jogadores em suas posições de origem.
Sempre tive muita boa vontade com gringos que vestem a camisa do Coritiba. Gosto do estilo deles, parecem que mostram muito mais garra dentro de campo do que a maioria dos deslumbrados jogadores brasileiros.
Mas não dá para entender a chegada do atacante Filigrana, se o seu futebol for aquele apresentado na partida de ontem.
O colombiano tentava correr, mas quando a bola chegava em seus pés, nem o fundamento primário do passe o jogador conseguia executar.
Ah, mas alguns dizem que ele criou uma ótima chance de gol, desperdiçada por Ruy e Rildo que chegaram juntos na jogada. Mas sinceramente a jogada ali não teve nada de extraordinário. Se contra um adversário fraquíssimo, o futebol apresentado foi aquele, como será então quando pegar grandes marcadores pela frente?
E é justamente a chegada de um jogador como Filigrana que não dá para entender, assim como a vinda de Tiago Real, Léo Santos, entre outros.
Queria saber o que se passa na cabeça do cidadão que aprova a chegada de jogadores como estes.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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