Falando de Bola
Ontem, ao final de mais um fracasso, o terceiro seguido do clube sob a administração da Treecorp, tentei refletir sobre o momento do Coritiba. Ou melhor, sobre o que vem acontecendo no clube há anos.
Muitas coisas vêm à cabeça, mas a resposta não vem. Somente dúvidas e mais dúvidas, e principalmente uma indignação muito grande, seguida de um grande cansaço mental ao ver que as coisas não estão andando como deveriam e que o clube está acumulando fracassos em cima de fracassos.
O Coritiba há muito tempo deixou de ser um clube respeitado por seus adversários. Hoje em dia, o que vemos é um arremedo de um clube de futebol. Um clube que já foi campeão brasileiro, mas que hoje vive à sombra de seu passado distante, e pior, sem nenhuma perspectiva de que isso irá mudar.
Nem com a transformação em Sociedade Anônima do Futebol as coisas conseguem andar para frente. Pelo contrário, estamos acumulando tabus ao contrário, sendo derrotados e eliminados por clubes que, tempos atrás, seriam facilmente superados. E aí vem aquela pergunta: Estariam os outros clubes evoluindo ou o Coritiba regredindo? Sinceramente, fico com as duas opções.
Vejam o caso do Maringá. Mesmo com poucos recursos, vem fazendo um trabalho honesto, ciente de suas limitações. Mas vem ao Couto Pereira e consegue sua classificação sem correr nenhum risco. Enquanto o seu treinador, Jorge Castilho, diz que sabia que a única tentativa de mudança tática do técnico Guto Ferreira seria através das bolas longas, o treinador do Coritiba humilha ainda mais o seu torcedor ao dizer na coletiva que é difícil jogar contra o Maringá. Como difícil então será jogar uma Série B contra Santos, Goiás, América/MG, Sport, Ceará, Guarani, Novorizontino, entre outros.
Aqui a coisa vai involuindo cada vez mais dentro de campo. E se as coisas dentro das quatro linhas não acontecem como deveriam, é sinal de que fora delas também não vão bem. Um reflexo disso é a contratação do técnico Guto Ferreira. Um treinador que não tem a capacidade de achar alternativas táticas para o seu time e fica dependendo de bolas longas para vencer o Maringá dentro de casa, não tem condições de levar o clube de volta para a Série A. Erro grave de quem avalizou seu retorno ao Coritiba, após ser mandado embora em 2022.
Pedir demissão do treinador não é ser imediatista ou achar que tudo vai mudar em um passe de mágica apenas com sua saída. Sabemos que não. O problema do Coritiba é muito mais grave. O que explica o baixo rendimento de atletas que faziam bons jogos em suas equipes de origem, ou então, a melhora técnica de jogadores que saíram recentemente daqui?
Isso precisa ser diagnosticado, senão correremos o risco de pedir a saída do próximo treinador em pouco tempo, isso é claro se o atual for demitido, o que sinceramente espero que aconteça.
O Coritiba precisa parar de investir em treinadores medianos, que possuem um histórico em suas carreiras de treinar dois ou três times por ano. Chegou a hora de investir em alguém em quem tenhamos a confiança de que poderá permanecer um período maior no clube e fazer um bom trabalho. É óbvio que nunca se tem a certeza de que o profissional vai dar certo, mas por outro lado, existem outros que temos a certeza que chegam com os dias contados. E isso precisa mudar no Coritiba.
Mas não apenas o trabalho do técnico precisa ser avaliado. O do CEO Carlos Amodeo também. Afinal, é ele o responsável por montar a estrutura do Coritiba atualmente. E pelos resultados dentro de campo, fica claro que as escolhas até aqui não foram as melhores. E não venham com papo de imediatismo, tão comum no futebol, pois não precisa ser um profissional da bola para ver que o rumo do Coritiba precisa ser corrigido com urgência, sob pena do clube fracassar na Série B.
Termino a coluna com um pensamento: Será que somos imediatistas, ou estamos cansados de tanta mediocridade? Fico com a segunda opção.
Saudações Alviverdes?
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