Falando de Bola
"Todos os dias quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo tempo do mundo..."
Uma das grandes letras do saudoso Renato Russo serve muito bem para o Coritiba de hoje.
Ao escutar a entrevista coletiva de Sandro Forner após a perda do título estadual e mais uma apresentação "apequenada" do time Alviverde, a impressão que fica é que as pessoas que trabalham no Coritiba acham realmente que possuem todo o tempo do mundo para fazer o time jogar bola e dar uma apresentação convincente a torcida Coxa.
Já estamos em abril, e a conversa é sempre a mesma. Temos que fazer este time jogar e bla´blá blá. Aquela conversinha mole que acho que não convence nem mesmo a quem está falando, mas é uma maneira de tentar jogar a culpa para o universo da incompetência que está encravada no Coritiba.
Estamos a uma semana da estreia na Série B, e agora ao papo é ver quem está em condições físicas e técnicas para entrar jogando contra o Sampaio Correia, como se o laboratório do campeonato paranaense não tivesse servido para nada.
Para mim os testes realizados no campeonato paranaense serviram para nos mostrar que o Coritiba de hoje é um navio totalmente sem rumo a caminho de um iceberg.
A campanha pífia no estadual serviu para mostrar que Sandro Forner não tem condições de ser o técnico da equipe. A prova maior disso foi o desempenho do clube nas duas partidas das finais.
O Coritiba jogou como um time pequeno. Se acovardou assustadoramente perante o time de aspirantes do maior rival. Não pode existir vergonha maior, mesmo que digam que o estadual só serviria para testes.
Quem conhece um pouco de futebol percebeu o treinador completamente perdido na partida de ontem. O time perdendo por 2x0 e jogando mal, e Sandro Forner só foi mexer depois da metade do segundo tempo. E fez a famosa substituição "seis por meia dúzia", quando tirou o inoperante Pablo para colocar Iago Dias, que saiu com menos de 10 minutos em campo. E depois só não colocou Alecsandro no lugar de Kleber, em mais uma substituição "seis por meia dúzia", porque Iago saiu contundido.
O treinador não foi capaz de ler o jogo. Continuou até o final com seu esquema com três volantes sem nenhum resultado prático ofensivo. Na verdade ficou claro para quem estava na Arena que Sandro Forner ficou com medo de levar uma goleada, e por isso ao menos continuou com seu "ferrolho defensivo".
O time, mesmo aos trancos e barrancos, conseguiu se defender até o último minuto da primeira etapa, mas depois quando levou o segundo gol, mostrou o porque de todo sofrimento que vem causando a torcida do Coritiba nesta temporada.
Tentou chegar ao gol adversário, e não passou nem perto, na base de chutões, lançamentos sem sentido, mas nunca tocando a bola ou procurando infiltrações.
Com dois laterais inoperantes e inofensivos ao adversário, o mínimo que se esperava era uma modificação no sistema tático da equipe. Ontem, Sandro poderia colocar um terceiro zagueiro, tirar os dois laterais, colocar dois pontas como alas, e tentar ao menos saídas em velocidades pelos lados, coisa que não conseguia com os laterais que tinha em campo.
Mas passivo no banco, a impressão que tinha é que Sandro estava torcendo para o jogo acabar e não levar uma goleada.
O estadual serviu também para nos mostrar que as contratações realizadas foram um grande mico. E não se salvou nenhuma, nem mesmo o gringo Alvarenga, que convenhamos, se fosse bom, não seria banco de Pablo.
E com um erro de 100% nas contratações realizadas para o estadual, a conta tem que sobrar para alguém. E este alguém é Augusto de Oliveira, diretor de futebol. Em uma grande empresa, o diretor já teria ganhado a conta pelo resultado nulo de seu trabalho.
Assim, como um bom laboratório, o estadual serviu para mostrar que do elenco atual, poucos são os piás que podem ajudar realmente neste ano. Thalisson Kelven, Vitor Carvalho e Julio Rusch podem ser titulares, e Romércio e Kady opções do elenco. Já os demais até podem um dia vir a trazer um retorno financeiro para o Coritiba. É só fazer um bom dvd com seus melhores momentos de Sub-20 e oferecer para a China, Vietnã, Tailândia, Emirados Árabes, etc, mas pouco ajudarão neste momento de intensa pressão que viverá o Coritiba.
Agora, cabe ao presidente Samir Namur ser mais humilde, reconhecer que o seu planejamento na área de futebol não deu certo, e começar tudo de novo. E que isso inclua no mínimo, a contratação de um novo treinador.
Ainda há tempo. O que não podemos mais, é perder tempo!
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)