Falando de Bola
Qualidade técnica não se compra, muito menos se fabrica.
O cara quando é craque, já nasceu assim, não virou da noite pro dia ou através de incessantes treinamentos.
A qualidade para jogar futebol já está no DNA do jogador e veio com ele desde o nascimento.
Por outro lado, é muito mais fácil transformar um brucutu em um bom jogador futebol.
Aliás, isso é o que mais vemos no futebol brasileiro atualmente, talvez uma das principais razões que explicam os últimos fracassos da seleção brasileira.
E quando o jogador tem qualidade, a sua diferença perante os demais fica muito visível dentro de campo.
Um exemplo temos no próprio Coritiba, quando o meia Marcos Aurélio, mesmo fora de ritmo e visivelmente acima do peso, entrou em campo e sua diferença técnica se tornou clara para os olhos daqueles que enxergam o futebol sem o olhar profissional.
O que não pode acontecer em momento nenhum é o jogador ser limitado tecnicamente e em alguns momentos se mostrar disperso e "largar" as jogadas.
O segundo gol do Galo na partida de ontem mostrou o que acontece quando o jogador se mostra displicente.
O volante João Paulo simplesmente deixou de acompanhar o atacante Thiago Ribeiro, e este entrou livre dentro da área para arrematar com precisão e dar números finais ao placar.
Ora, o mínimo que se espera de um jogador desprovido de qualidade técnica, é que ele jamais desista da jogada. Ali, ele poderia ter empurrado o adversário, dado um carrinho por trás, segurado a camisa, tentado o desarme, mas jamais poderia ter ficado olhando o jogador entrar sozinho dentro da área para marcar o gol, como um expectador privilegiado que está dentro de campo.
Não estou com isso culpando o jogador pela derrota do time, por mais que eu ache que ele já deveria estar fora do time titular há tempos, mas sim pedindo que pelo menos ele incorpore a Alma Guerreira incorporada pela torcida do Coritiba.
Se ele não sabe o que é isso, sugiro ver o que está escrito nas golas de algumas camisas do Coritiba.
E o mesmo vale para o lateral Henrique, que ontem também ficou olhando os jogadores tabelarem pelo seu lado. No caso do jovem jogador, a dedicação deve ser ainda maior, pois ele está começando a sua carreira.
Em tempo:
Desde quando comecei a acompanhar o futebol, no início da década de 80, só conheci um casa de um jogador não tão provido tecnicamente, mas muito guerreiro, que com muito treinamento e muita insistência do mestre Telê Santana virou um baita jogador de futebol. Seu nome: Cafu, o lateral pentacampeão com a seleção brasileira.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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