Falando de Bola
Se ainda quiser brigar pelo título do campeonato paranaense, o Coritiba terá que ser diferente na partida do Couto Pereira. A principal diferença já começa pelo placar. O Coritiba só conseguirá levar o título para o Alto da Glória se vencer a partida, e vencer por mais de um gol de diferença. Não adianta apenas o Coxa vencer por 1x0, 2x1 ou 3x2. Placar com a diferença mínima em favor do time Alviverde levará a partida para os pênaltis. Mas como todo torcedor Coxa quer ver o time campeão já no tempo regulamentar, o Coritiba terá que vencer por no mínimo dois gols de diferença.
No 1º jogo, Eduardo Barroca trabalhou principalmente para neutralizar as ações ofensivas do Athletico e quase conseguiu, se não fosse a desatenção da defesa Alviverde aos 45 minutos do segundo tempo. Percebemos que jogadores como Nikão e Guilherme Bissoli, que vinham se destacando desde o retorno do campeonato, praticamente não tiveram nenhuma chance contra a bem postada defesa Coxa. A única exceção foi em um chute de Nikão de fora da área, defendido de forma brilhante por Alex Muralha. O mesmo aconteceu com Marquinhos Gabriel e Carlos Eduardo, que foram anulados pela boa participação defensiva do Coritiba.
Porém, se vimos a defesa trabalhar quase com perfeição, vimos muito pouco do setor ofensivo do time. Criatividade quase nula, com exceção do ótimo contra-ataque iniciado por Rafinha, que só não terminou em gol pelo fato de Robson não ter caprichado na finalização. De resto, vimos um Coritiba com a velha posse de bola e que praticamente não ameaçou o gol adversário. O time Coxa arriscou alguns chutes a gol é verdade, todos de longa distância, porém os atletas Alviverdes estavam com sua pontaria descalibrada.
Com a necessidade de vencer a partida, para no mínimo levar a decisão para os pênaltis, o Coritiba terá que obrigatoriamente tomar a iniciativa do jogo. Assim, a produção ofensiva do time de Barroca terá a obrigação de apresentar algo completamente diferente do que apresentou na Arena, ou melhor, o que deixou de apresentar na primeira partida da decisão.
A tão conhecida posse de bola do time de Eduardo Barroca não será mais suficiente se ela não for acompanhada de objetividade. Manter a posse de bola é extremamente importante, mas com a necessidade de vencer, o Coritiba terá que trabalhar essa posse de bola de forma mais vertical, sempre em busca dos caminhos que levem ao gol adversário.
Um dos desafios de Barroca será melhorar a criatividade na meia-cancha. Gabriel não fez um bom clássico na Arena e, por jogar em uma posição fundamental para um time que necessita da vitória, o treinador Alviverde terá que buscar uma outra opção, pelo menos para trazer um fator novo para o time.
As opções no elenco são poucas, principalmente para esta posição. Com os meias Giovanni e Giovanni Augusto foras de combate, sobram Ruy e Luiz Henrique. Ruy, é mais criativo e tem um bom aproveitamento nas bolas paradas, porém, não se sabe em quais condições físicas se encontra, já que estava entregue ao Departamento Médico antes da parada do campeonato. Luiz Henrique não tem a mesma criatividade de Ruy, mas tem intensidade e jovialidade, que se somadas à vontade de vencer, podem ajudar o Coritiba.
Outra opção seria a colocação de Rafinha pelo meio, tirando do experiente jogador a obrigatoriedade de marcar pelo lado, dando-lhe liberdade para flutuar no setor ofensivo do time e puxar os contra-ataques. Mas será importante, caso Barroca opte por ele por ali, que faça o acompanhamento do volante Wellington, do Athletico, não deixando o jogador livre para iniciar jogadas. Não custa lembrar que foi Wellington quem iniciou a jogada do gol de Leo Cittadini no primeiro clássico das finais.
Mas voltando a Rafinha, o grande problema é que, caso o meia-atacante seja centralizado, o mais cotado para assumir sua função seria Thiago Lopes, jogador que não vem conseguindo mostrar um bom futebol nas vezes em que é escalado. Thiago se mostra mais importante em um papel tático do que técnico. E para um time que precisa da vitória, a parte técnica terá fundamental importância.
Pelas poucas opções que tem em seu elenco para esta partida, fica claro que Barroca terá que tirar um coelho da cartola para fazer seu time ser mais criativo ofensivamente e ter mais possibilidades de conseguir a tão sonhada vitória.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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