Falando de Bola
O martírio acabou, finalmente. No campeonato brasileiro de nível técnico mais baixo da história, o Coritiba conseguiu a proeza de fazer a sua pior campanha na era dos pontos corridos, culminando com o seu rebaixamento à segunda divisão.
Não era difícil ter se mantido na elite do futebol brasileiro. Mesmo com toda a mediocridade do time, o Coritiba poderia tranquilamente ser melhor do que quatro times, garantindo no mínimo a 16º colocação.
Tecnicamente não era tão pior assim do que alguns que ficaram à sua frente, mas a receita para o fracasso nunca foi tão bem elaborada. Começando por uma diretoria inapta, que contratou mal e piorou o comando técnico do time a cada troca de treinador, passando por treinadores incompetentes, que não conseguiram fazer o time jogador, terminando com jogadores medíocres e descompromissados em sua grande maioria.
A volta à segunda divisão é uma grande paulada na autoestima do torcedor alviverde, mas foi de certa forma necessária para que uma nova fase, que podemos chamar de “terra arrasada” comece.
E é com base neste termo “terra arrasada” tão difundido na campanha eleitoral de Renato Follador que residem aquelas que talvez sejam as últimas esperanças do torcedor alviverde em voltar a ver o Coritiba se comportar como um time grande.
Nada é impossível no mundo em que vivemos, mas é muito difícil que a diretoria atual seja pior da que felizmente nos deixou recentemente. Não tenho medo de arriscar que a diretoria de Samir Namur pode ser considerada como a pior diretoria da centenária história do Coritiba Foot Ball Club.
Mas, passado a parte, agora é hora de olharmos para a frente. O Coritiba precisa ser reconstruído mais uma vez, e também, passado a limpo. E somente com muito trabalho e paciência do torcedor isso poderá acontecer.
A reconstrução precisa ser feita de forma definitiva, deixando os recentes fracassos apenas nas tristes memórias do clube e do seu torcedor. Qualquer caminho que não nos leve a uma reconstrução sólida, pode nos levar a percorrer caminhos tortuosos, capazes de nos levar ao nível de onde o Paraná Clube chegou nesta temporada.
Na recente entrevista que fizemos com o técnico Gustavo Morínigo pudemos ter um pouco de esperança de vermos o Coritiba se comportar diferente dentro de campo, com jogadores que darão a devida importância para a gloriosa camisa que vestirão.
E o mesmo sentimento se aplicou na entrevista realizada com o presidente Renato Follador, que deverá ir ao ar nesta sexta-feira no COXAnautas. A impressão que ficou é que um meteoro caiu no Alto da Glória, eliminando de lá todas as impurezas que pareciam formar uma grande crosta de incompetência no Couto Pereira.
“Oxalá”, que essa impressão realmente nos coloque diante de uma realidade, e que possamos ter a oportunidade de, ainda nesta vida, ver o Coritiba voltar a ser grande!
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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