Falando de Bola
Duas vitórias nos dois últimos jogos. Coritiba fez em casa contra Atlético Mineiro e Santa Cruz o que era preciso para ficar mais longe da zona do rebaixamento.
Nos últimos anos tem sido assim. Na beira da morte, o time Alviverde tem conseguido se salvar. Pelo menos isso, já que lutar por algo maior tem passado cada vez mais longe do Alto da Glória.
A torcida Alviverde tem se acostumado cada vez mais com a mediocridade. E a mediocridade tem acompanhado o Coritiba, pelo menos nos últimos quatro anos, fazendo do campeonato brasileiro apenas uma eterna luta para não ser rebaixado.
E tudo tem que ser na base do sofrimento.
Ontem, era um jogo para o Coritiba passar por cima do Santa Cruz, sem deixar rastros. Pelo menos era o que se esperava depois da vitória com autoridade em cima do Atlético Mineiro.
Mas não, os próprios jogadores do Coritiba parecem sempre querer deixar a coisa para depois. Parecem estar pegando a mania de seus dirigentes, que sempre deixam para resolver as coisas sempre de última hora.
O jogo de ontem se encaminhava para um modorrento empate, quando Kleber, o melhor jogador do Coritiba na temporada, achou um passe espetacular, deixando Leandro, o melhor jogador da partida, na frente do goleiro adversário para dar os três pontos ao time Alviverde e praticamente chutar para longe a "zica" do rebaixamento.
Sobre Leandro, aliás, vale um parágrafo. Não dá para entender a birra de parte da torcida com este jogador. O cara é jovem, apenas 23 anos, tem qualidade, sabe fazer gols, e corre o jogo inteiro, mas é vaiado e xingado em praticamente todas as partidas.
Mesmo com parte da torcida pegando em seu pé, o atacante é o vice-artilheiro do clube na temporada, com 12 gols, alguns deles bem importantes, como o de ontem.
Se eu fosse o presidente do Coritiba, o primeiro jogador que eu procuraria para renovar contrato seria Leandro.
Em relação as renovações, muitos contratos se encerram no final do ano, e alguns precisam ser renovados. Cesar Benitez, Nery Bareiro e o próprio Leandro precisam ser olhados com carinho pela diretoria.
A diretoria, aliás, precisa começar 2017 com muito mais acertos. Nos dois primeiros anos da gestão de Rogério Bacellar muito pouco se fez do que foi prometido. Duas finais de campeonato paranaense perdidas de forma vexatória, dois campeonatos brasileiros lutando para não cair, média de público caindo ano a ano, escândalos fora de campo, diretorias remendadas sem nenhum critério, cinco técnicos em dois anos, e pouco, muito pouco de positivo.
O desabafo, em tom de alívio pela vitória de ontem, é necessário na medida de que como um torcedor do clube quero muito mais do que apenas isso que estamos acompanhando ano após ano.
Quero apenas que se cumpra aquilo que foi prometido, nada mais do que isso.
O Coritiba precisa voltar a ser grande, e para que isso aconteça é preciso que seja dirigido por pessoas capazes e com mentalidade vencedora. E isso em todas as áreas.
Um gestão séria e profissional não pode deixar para renovar com um treinador, por exemplo, após o final do campeonato.
Carpegiani, no mínimo, já deveria ter sido procurado para renovar quando conseguiu a épica vitória contra o Belgrano, e mesmo que sua resposta fosse negativa, o Coritiba não estaria neste momento passando por um desgaste desnecessário em meio a luta para fugir do rebaixamento.
É justamente um fato destes que mostra o amadorismo que vem sendo gerido o Coritiba.
E a luta continua...
Que venha o Flamengo!
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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