Falando de Bola
Geralmente os começos de temporada são bons para o Coritiba, pois ao enfrentar os fracos adversários do campeonato paranaense, e os vencer até com certa facilidade, a impressão que se tem é que o time Alviverde está no caminho certo.
O problema é que nos últimos anos as campanhas no campeonato local não serviram de parâmetro para nada, como por exemplo, no último campeonato brasileiro quando a diretoria contratou reforços para o início do Brasileirão, e como não adiantou muito teve que correr atrás de mais jogadores na metade do campeonato.
E ironicamente os jogadores que mais ajudaram a livrar o Coritiba do rebaixamento foram o goleiro Wilson e o atacante Henrique Almeida, contratados depois que o Brasileirão já tinha se iniciado.
Mas em 2016, a Primeira Liga veio para mostrar que com poucos ajustes o Coritiba tem tudo para fazer uma excelente temporada.
A partida contra o Inter já tinha sido muito positiva sob o aspecto de vista defensivo. O time gaúcho tradicionalmente é muito forte dentro de casa, mas o jovem miolo de zaga Alviverde, capitaneado pelos experientes, Wilson, Ceará e Carlinhos, resistiu muito bem a D´Alessandro e Cia.
Por outro lado, nesta partida, o ataque Alviverde praticamente inexistiu, deixando a torcida ressabiada.
Veio o jogo contra o Grêmio, e a postura do time já foi outro sob o aspecto ofensivo.
A defesa que ainda não tinha sido vazada em 2016, só levou gol em razão de uma gritante falha do goleiro Wilson e o do volante Amaral. No restante da partida, o time gremista nas vezes em que chegou ao gol Alviverde não teve sucesso.
Já o ataque, que não contou com Kleber, artilheiro do time com cinco gols em duas partidas no campeonato paranaense, ameaçou diversas vezes o gol de Marcelo Grohe, porém falhava justamente no arremate, e quando o chute ia em direção ao gol, a trave ou o goleiro, e até mesmo o zagueiro Geromel, salvaram o time gaúcho.
Na única bola Alviverde que entrou, o bandeirinha invalidou erroneamente o gol de Leandro.
Os atacantes Leandro e Negueba incomodaram muito o time gaúcho.
Negueba vem sendo um dos destaques do time, principalmente no ponto de vista tático. O único, porém de suas atuações, é saber até quando seu folego aguentará jogando de ponta, meia e lateral.
Já Leandro vem subindo de produção, e se tornando uma boa opção ofensiva para o time. Neste ritmo poderá reeditar o bom futebol dos tempos de Grêmio e de sua primeira temporada pelo Palmeiras.
Com a chegada do paraguaio Jorge Ortega, o Coritiba traz uma excelente opção para o ataque. A dúvida será qual dos três jogadores será retirado para a entrada do novo atacante. No momento, acredito que Gilson Kleina manterá o trio que vem jogando.
Mas é bom lembrar que mesmo o ataque jogando bem, nos testes contra os dois times mais fortes até agora, o time Alviverde não conseguiu marcar nenhum gol.
Se a defesa e o ataque teoricamente vão bem, a meia-cancha Alviverde ainda carece de mais criatividade e mais opções.
A dupla de volantes parece fechada, apesar de que um segundo volante com maior poder de transição ao ataque pudesse trazer mais criatividade ao time. Porém, esta posição não deve ser alterada no momento, com João Paulo sendo titular absoluto.
A grande carência fica para a função de armador. Juan é o titular, mas ainda não fez uma atuação que lhe garantisse a titularidade absoluta.
Hoje, o seu reserva imediato parece ser o meia Ruy, já que Dudu e Thiago Lopes têm mais a característica de meias-atacantes, e Zé Rafael, que pode atuar também como segundo volante, ainda não foi testado. A nova opção é o jovem Raphael Veiga, recém-subido das categorias de base.
Como as negociações com Felipe Menezes e Luciano Costa restaram infrutíferas, a diretoria Alviverde tem a obrigação de procurar uma nova opção no mercado.
Com as dificuldades em se contratar, não será surpresa se este jogador chegar apenas ao fim dos campeonatos estaduais.
Mas, carências a parte, está ficando cada vez mais claro, em face das atuações, principalmente contra os times gaúchos, que o Coritiba começa 2016 com perspectivas muito maiores que nos últimos anos.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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