Falando de Bola
Ao final da partida com o Athletic, fiquei confuso. Satisfeito com o empate por pontuar na casa de um adversário que vem em ascensão ou triste por saber que o Coritiba poderia ter feito um pouco mais e trazido os três pontos?
Não dá para se contentar com um empate contra uma equipe que, por mais que esteja em um bom momento, até pouco tempo atrás era um clube praticamente amador.
Ah, mas o futebol mudou, diriam alguns. Pode até ser. Mas um time que quer ser campeão não pode se contentar com um empate em um jogo que poderia ter vencido.
CAMINHO DO ACESSO
O caminho do Coritiba ao acesso está trilhado. É só seguir em linha reta que, no final do ano, comemoraremos o retorno à primeira divisão.
Mas, se quiser ser campeão — título que dará ao Coritiba uma vaga na Copa do Brasil, perdida pela campanha ruim no Paranaense —, será preciso jogar mais.
Jogar mais, por exemplo, do que jogou contra o Athletic. Aliás, não é apenas jogar, pois parece que alguns atletas já atuam em seus limites. É preciso ousar mais, ter vontade de vencer, ter gana de vitória.
O DILEMA DE JOSUÉ
Não é fácil a vida de Josué no Coritiba. Meia de qualidade, técnica refinada, raçudo, líder e experiente, ele é daqueles jogadores capazes de encontrar um passe de onde menos se espera e colocar seus companheiros na cara do gol. O problema é que os seus companheiros não aproveitam os passes de bandeja que Josué lhes dá.
Contra o Athletic, Josué, em um lindo passe de primeira, deixou Gustavo Coutinho naquela de “ele, o gol e o goleiro”, como diria o grande narrador Januário de Oliveira. Mas, infelizmente, o nosso camisa 9 não chutou nem cruzou, perdendo uma grande chance logo no início da partida.
Josué tem bons números com a camisa do Coritiba — só não tem mais porque seus companheiros não ajudam.
JACY, O MONSTRO
O que o zagueiro vem jogando é brincadeira. Não perde uma dividida, não erra um passe, não deixa o atacante adversário passar por ele. É o famoso zagueiro raiz que tanto esperávamos.
E, além de tudo, tem carisma. É sorridente, humilde e joga sério. Já caiu na simpatia da galera.
Se tem uma contratação que deu certo na mini janela do Mundial, foi a chegada do Jacy.
REFORÇOS PRO ATAQUE
Mozart tem utilizado sete atacantes nos jogos: Lucas Ronier, Clayson, Iury Castilho, Everaldo, Nicolas Careca, Gustavo Coutinho e Dellatorre.
Mas, com exceção de Lucas Ronier — um prata da casa de talento, que só precisa jogar um pouco mais —, os demais ainda não deslancharam e parecem ter dificuldades para que isso aconteça.
Clayson até foi bem contra o Athletic e participou diretamente da jogada do gol, mas os demais que entraram não acrescentaram muita coisa.
O grande problema está no comando de ataque. Entra Dellatorre, sai Gustavo Coutinho, entra Gustavo Coutinho, sai Dellatorre — e a bola dificilmente entra. Os centroavantes do Coritiba estão com dificuldades em achar os atalhos para o gol. Parecem viver em um labirinto para descobrir o caminho até o gol adversário, tamanha a dificuldade em colocar a bola pra dentro.
A diretoria precisa encontrar uma solução pro ataque — trazer um jogador que saiba o caminho mais rápido para o gol —, pois parece até que Mozart está perdendo a paciência com seus centroavantes.
FINAL DO PRIMEIRO TURNO
Eu esperava que o Coritiba terminasse o primeiro turno com 42 pontos, isolado na ponta da competição. Mas a derrota para o Paysandu e o empate contra o Athletic frustraram minha expectativa, e o número final chega no máximo a 37 pontos, caso o time vença o Amazonas no Couto.
Mesmo assim, é uma ótima pontuação, que deixa o caminho aberto para o time chegar ao acesso. Mas, se quiser lutar pelo título e conquistar uma vaga direta na terceira fase da Copa do Brasil, uns dois ou três reforços cairiam bem.
Não me esqueço que Bruno D’Ancona disse, em uma reunião que participei, que o acesso era uma obsessão e que não mediria esforços para que isso acontecesse. Então, mãos à obra e olho no Mercado da Bola.
Saudações Alviverdes.
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