Falando de Bola
O Coritiba iniciou bem a sua dura caminhada na Série B do campeonato brasileiro. De cara já pegou um adversário que em tese deve ser um dos candidatos ao acesso. Pelo menos é assim que o GE entende, já que em sua matéria sobre o campeonato colocou o time catarinense como grande favorito ao título, o que eu discordo completamente, mas isso não é o assunto da coluna.
E também não faz diferença que o Avaí veio aqui com o seu time reserva, afinal o que interessa lá na frente é que o Coritiba venceu um de seus adversários diretos. E além do mais, mesmo que tenha vindo sem grande parte do seu time titular, os caras que jogaram não são inferiores a maioria dos times que o time alviverde enfrentou no campeonato paranaense e acabou sucumbindo.
Além do mais, só o fato de ter estreado com vitória já ameniza a enorme pressão que rondava o Alto da Glória antes da estreia. Assim, o técnico Gustavo Morínigo e seus comandados já podem ter um pouco de tranquilidade para dar seguimento ao trabalho.
Sobre o jogo, um início que alivia um pouco a pressão, como diz o título da coluna. Antes da partida, estava com uma grande desconfiança em relação ao esquema tático utilizado, que tinha três volantes na meia-cancha. Mas depois que a bola rolou e vi os laterais espetados praticamente como pontas, percebi que aquilo poderia dar certo, como deu.
Além de garantir uma maior segurança no setor de meia-cancha, o esquema colocado por Morínigo supriu a principal carência do elenco alviverde, que é a falta de atacantes de velocidade para jogar pelos lados. A entrada de Natanael supriu também a falta de intensidade pelo lado esquerdo do Coritiba, uma vez que se Romário tentava sempre resguardar o lado defensivo, por outro lado deixava um enorme vazio ofensivo, já que suas subidas ao ataque eram raras.
Alguns destaques, mas o principal deles foi Waguininho. Mesmo ainda não sendo o atacante que a torcida espera, e eu também acho isso, pois vejo ele apenas como um reserva útil, o jogador fez sua parte e marcou um bonito gol, que começou com um lindo drible no zagueiro adversário e ainda contou com a sorte ao ver a bola desviar em Alan Costa e enganar o goleiro. Aquele gol, aos 13 minutos, tirou um pouco da pressão em cima do time e permitiu com que o Coritiba jogasse com mais tranquilidade.
Estrear com vitória foi fundamental para alcançar uma certa tranquilidade para continuar o trabalho, mas espero que, principalmente a diretoria, não se iluda com esse resultado. Até porque o time ainda mostrou as suas conhecidas carências, como uma transição mais rápida da meia-cancha. O Coritiba hoje, com exceção de Rafinha, não tem um atleta que dê velocidade ao time e caia pelos lados surpreender o adversário.
A busca por, no mínimo, um jogador com essas características precisa continuar. O técnico Morínigo precisa de alternativas para escalar seu time, uma vez que não será sempre que o esquema com três volantes dará resultado. Aliás, o Coritiba, como um dos times grandes que é desta Série B, terá vários adversários que o enfrentarão jogando praticamente com onze jogadores atrás da linha da bola. E aí, a rapidez na transição de jogo fará uma enorme diferença, principalmente se considerarmos que se os adversários fizerem forte marcação em Rafinha, o time alviverde terá muita dificuldade na armação das jogadas ofensivas.
Pitacos a parte, sempre bom estrear com vitória, que permite com que o time possa partir com moral para cima do Botafogo e quem sabe, vencer mais um adversário direto na árdua luta por uma vaga na Série A.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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