Falando de Bola
Não se pode negar que a chegada do técnico Jorginho trouxe um fato novo ao Coritiba. Depois que o técnico assumiu, o time Alviverde ganhou quatro jogos e perdeu um, fazendo a melhor campanha da Série B nas últimas partidas, o que garantiu o retorno ao G4.
A mudança de treinador, que levou o Coritiba a ter um aproveitamento de 80% nas últimas cinco rodadas, não causou diretamente uma melhora técnica na equipe, pelo contrário. O Coritiba ganhou todos os jogos na base do sufoco, e ainda perdeu um jogo para o Paraná quando não jogou absolutamente nada.
Contra o São Bento a atuação do treinador foi assustadora, principalmente nas modificações. Quando Rafinha saiu para a entrada de Fabiano eu até entendi, mesmo que achasse que quem deveria entrar seria o atacante Kelvin, para que o Coritiba pudesse ter mais velocidade nos contra-ataques, já que o São Bento, perdendo por 2x0, teria que partir com tudo e deixaria espaços. A intenção era de Jorginho era adiantar William Matheus e dar mais segurança defensiva com Fabiano. O problema é que não se mexe em algo que está dando certo, e a mudança acabou inibindo o futebol de William Matheus que vinha muito bem na partida, e Fabiano não deu a segurança defensiva necessária.
A segunda mudança não deu para entender, e por mais que o treinador quisesse explicar, eu estaria até agora sem entender nada. Juan Alano, que estava desgastado, saiu para a entrada de Igor Jesus. Ali, Jorginho não matou só o meio-campo, como também o ataque, ao deixar dois jogadores pesados (Igor Jesus e Rodrigão), matando qualquer possibilidade de contra-ataque rápido do time. Para piorar, além da partida muito fraca do artilheiro Alviverde, o jovem Igor Jesus entrou também muito abaixo do que pode render, fazendo com que o time inexistisse no ataque.
A terceira mudança, Julio Rusch no lugar do Rodrigão, até deu para entender. Com o São Bento em cima, a ideia de Jorginho era segurar o ímpeto do adversário. O problema é que a mudança atraiu o time paulista ainda mais para o campo do Coxa e o gol de empate só não saiu porque William Matheus, o melhor homem em campo, tirou um gol em cima da linha uma bola que tinha endereço certo. Talvez a entrada de Serginho, um volante mais experiente e com maior capacidade de puxar contra-ataques, seria a opção mais viável neste caso, mas depois da atuação muito ruim contra o Criciúma, o técnico deve ter percebido que a situação física e técnica atual de Serginho não é a mais indicada para jogos de intensa entrega física.
Apesar dos três pontos, a vitória contra o São Bento trouxe um certo desespero àquele torcedor que ainda confia que este time pode subir para a Série A. Se contra um time que está beirando a Série C o Coritiba se comportou de maneira totalmente desesperadora, o que será então quando pegar adversários de melhor qualidade, e pior, precisando vencer as partidas. Lembrando que o Coritiba ainda tem jogos contra Bragantino, Sport, Botafogo/SP e Operário, que ainda buscam a classificação, e Vitória, time de tradição que luta pata não cair para a Série C.
O mínimo que se espera é que a partida contra o São Bento sirva de reflexão para a comissão técnica Alviverde de como não se deve trabalhar sua equipe em uma partida de futebol.
E que sirva também de reflexão para a diretoria e o diretor de futebol Rodrigo Pastana de como agir na hora de contratar jogadores. Ontem, mesmo com alguns desfalques e a falta de qualidade de alguns que jogaram, os últimos contratados, Nathan Ribeiro, Serginho e Kelvin, não entraram em campo. Sinal de que estão em piores condições dos que aqui já estavam.
O lado positivo na vitória de ontem? Os três pontos que mantiveram o Coxa no G4.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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