Falando de Bola
Há tempos não se existe algo concreto para se elogiar no Coritiba que tenha se tornado público.
Não sei se é a falta de paciência pelo fato do Coritiba estar patinando na lama sem conseguir sair do lugar já há alguns anos, ou então a má vontade em ver a rotina de promessas não cumpridas, ano após ano, dirigente após dirigente.
Mas um fato tem me chamado atenção de forma positiva neste tempo de pandemia, com os campeonatos parados. O simples fato do Coritiba não apresentar nenhum novo jogador desde o tempo da paralização mostra que o clube parece estar funcionando de forma racional neste momento.
Como reforçar o clube e onerar a folha de pagamento sem ter nenhuma noção do futuro do calendário de futebol no Brasil? Seria uma irresponsabilidade grande do clube trazer jogadores novos neste momento, sem saber quando o Coritiba voltará a campo, e principalmente sem saber quando o campeonato brasileiro começará e terminará.
O fato da gestão atual terminar em dezembro corrobora ainda mais para que não se contrate ninguém neste momento, pois com o campeonato brasileiro dificilmente terminando em dezembro pela falta de datas no calendário, a não ser que alterem a fórmula de disputa, se o presidente contratar jogadores até o fim de sua gestão, isso se não for reeleito, o Coritiba correria o risco de, após o final do ano, perder jogadores pelo encerramento do contrato. A não ser também, que a gestão atual contrate jogadores com contratos cuja vigência ultrapasse o final do ano.
Vemos clubes como o Atlético/MG, por exemplo, que aparece como um dos clubes mais endividados do Brasil contratando jogadores a peso de ouro, e mesmo que tenha um grande patrocinador por trás, vai na contramão do que um manual de boa saúde financeira indicaria. Sem nem saber quando voltará a disputar um campeonato, vai inchando sua folha salarial, correndo o risco de ficar com o mico e o pires na mão ao final de tudo isso.
É claro que o Coritiba precisa de reforços, isso qualquer torcedor Coxa-Branca sabe. Com o elenco atual dificilmente a equipe de Eduardo Barroca conseguiria algo maior do que apenas lutar para escapar do rebaixamento. Porém, em um mundo de total incerteza, cuidar da saúde financeira é a principal coisa a se fazer neste momento. E em um clube notadamente conhecido pelas dificuldades financeiras que enfrenta, a atitude da diretoria em segurar o “talão de cheques” mostra-se completamente acertada.
Após o fim desta pandemia, o futebol, assim como o mundo, deverá voltar diferente. Talvez, os salários astronômicos de jogadores se comparados com trabalhadores de outros ramos de atividade tendem a ser reduzidos e aí clubes de pouco aporte financeiro como o Coritiba podem efetuar melhores contratações por custos mais baixos.
Assim que o calendário for definido e as competições voltarem a ser disputadas, aí sim, a diretoria precisa reforçar o elenco e, no mínimo, garantir a permanência na primeira divisão, para que a diretoria que assumir no início do próximo ano possa planejar o Coritiba de uma maneira mais eficaz.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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