Falando de Bola
Uma derrota dolorida, inesperada, pesada e frustrante. Esse foi o saldo, para mim, da vergonhosa goleada que o Coritiba sofreu em casa diante do Paysandu.
Eu sabia que, em algum momento, iríamos perder, que Morisco acabaria sendo vazado. Mas, da forma como foi, eu sinceramente não esperava.
Foi daquelas derrotas que doem na alma.
MAICON FEZ FALTA
A liderança, a experiência e a boa fase do zagueiro Maicon fizeram muita falta contra o Paysandu. Sua presença certamente ajudaria a organizar o posicionamento da defesa nos dois gols de cabeça marcados por Diogo Oliveira.
Além disso, sua boa fase poderia ter dificultado a vida dos atacantes do time paraense, que deitaram e rolaram na nossa zaga.
Guilherme Aquino não foi bem, mas ainda é jovem. Estava sem ritmo e pode evoluir, mas ainda não tem “cancha” para ser titular do Coritiba. Já Jacy, mais uma vez, foi um monstro na defesa, mesmo com os cinco gols sofridos.
Se teve uma contratação que deu certo até aqui, foi a do Jacy.
ATAQUE QUE NÃO INCOMODA NINGUÉM
Mozart utilizou seis atacantes contra o Paysandu: Lucas Ronier, Dellatorre, Iury Castilho, Everaldo, Clayson e Gustavo Coutinho. E ainda havia Nicolas Careca no banco.
Salvo um chute de Lucas Ronier defendido pelo goleiro e uma cobrança de falta de Clayson que passou perto, mais nenhum arremate digno de nota dos nossos atacantes. Isso ajuda a explicar o baixo rendimento ofensivo do time.
Lucas Ronier ainda fez uma boa partida, mostrando lampejos daquele jogador da temporada passada. Mas os demais ficaram muito abaixo do que se espera.
Temos vários atacantes “úteis”, mas no máximo medianos. Nenhum daqueles em quem se possa confiar que, uma hora ou outra, vai guardar a bola na rede.
O Coritiba precisa, com urgência, contratar pelo menos um atacante que saiba o caminho do gol.
O CRAQUE
Josué joga demais. É impressionante a qualidade técnica desse jogador. Ao lado de Pedro Morisco, é um ponto fora da curva neste elenco do Coritiba.
Abriu o placar com um golaço de falta, diminuiu com um pênalti batido com categoria, armou o jogo, marcou, deu carrinho, roubou bolas e terminou a partida atuando como volante.
O Coritiba precisa se mexer para renovar seu contrato. É daqueles jogadores que já não se encontram com facilidade no futebol.
SEM TERRA ARRASADA
A derrota foi dolorida, sim, mas estamos no caminho do acesso. O Paysandu foi uma pedra no caminho que não conseguimos remover, mas a rota continua a mesma. Não podemos achar que tudo está perdido por causa desse tropeço.
Que seja uma derrota pedagógica — daquelas que fazem colocar os pés no chão e mostram que ainda há muitas batalhas pela frente.
E que sirva também como alerta de que nunca é tarde para reforçar o time. Pelo menos com mais uma peça diferenciada, daquelas capazes de decidir uma partida. Para um clube que tem o acesso como obsessão, isso é fundamental.
Que o Coritiba possa se recuperar diante do Athletic, que vem em boa fase. Que Mozart e seus comandados provem que a goleada sofrida foi fruto de um acaso, e não sinal de fragilidade de um time que vem jogando no limite.
Saudações Alviverdes
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