Falando de Bola
Mais uma final de campeonato paranaense perdida dentro de casa, e mais uma "paulada" de 5x0 na somatória dos dois resultados das finais, a segunda seguida.
O Coritiba começou bem o jogo, na pressão como se esperava.
Em poucos minutos chances de gols foram surgindo, a principal delas com Leandro perdendo, sem goleiro, de forma inacreditável.
Sou um dos que defendem este jogador, por achar ele com qualidade suficiente para estar no elenco do Coritiba hoje, digo hoje, pois em alguns elencos do passado ele não teria vaga nem no banco.
Mas fica difícil defender um cidadão que joga um balde de água fria nos seus próprios companheiros, ao perder um gol onde até o Jorjão de centroavante faria.
Com um Coritiba todo aberto dentro de campo, e sem meia cancha, o gol do adversário era questão de tempo, e quis o destino que o golpe fosse ainda mais dolorido para os Coxas, já que Walter, o homem sem gol, foi fazer o seu primeiro gol no ano justamente contra o time Alviverde.
Ali a "vaca tinha ido pro brejo". O segundo gol em uma grande jogada de Walter, que ganhou no corpo do "mole" Reginaldo, e com seu corpanzil tratado a bolachas recheadas, ganhou na corrida de Luccas Claro, aquele que já foi considerado o zagueiro mais rápido do Coritiba, jogou a pá de cal que faltava.
O segundo tempo não existiu de fato, pois o Coxa desanimou, o Atlético apenas passeou em campo. O apito final do árbitro soou até como alívio para todos os Coxas, pois o placar poderia ser mais elástico, caso o Atlético quisesse partir pra cima, tamanho o abatimento e desorganização tática do Coritiba.
Para coroar a desorganização tática que foi o Coritiba na segunda etapa, o volante João Paulo, atleta que mesmo com toda sua limitação foi o que mais correu nos dois jogos, acabou a partida na lateral direita.
Confesso que me iludi, mais uma vez, com as sete vitórias seguidas.
Mas o que Gilson Kleina fez nos dois jogos das finais só lhe traz um caminho: o da rua.
Contra o experiente Paulo Autuori mostrou toda a sua incapacidade de fazer seu time jogar bola.
Tá certo que o Coritiba estava desfalcado de três jogadores importantíssimos, Wilson, Ceará e Juan, mas ao entrar em campo com o lateral Reginaldo, principal avenida para o time adversário no primeiro jogo, mostrou o quão inerte foi o seu trabalho para os dois jogos das finais.
A sorte de Gilson Kleina, é que a diretoria que o contratou trabalha em ritmo de letargia.
Portanto, esperar de Bacellar e cia uma providência em relação a troca do comando técnico neste momento, será muito difícil.
Não tive como deixar de me emocionar com a torcida do Coritiba antes e após o jogo de ontem.
Fiquei surpreso realmente com o apoio, principalmente da maior organizada do clube ao final da partida.
Ali ficou provado que o maior patrimônio do Coritiba hoje é a sua torcida.
Sem ela as coisas ficariam muito piores.
O Brasileirão vai começar.
Antes das duas partidas da final tinha a impressão que com poucos ajustes o Coritiba tinha condições de fazer um bom papel neste campeonato.
Após as duas "pauladas", a confiança foi embora como achar que um castelo de areia se manterá em pé por muito tempo.
Com os desfalques, principalmente de Ceará e Juan, ficou evidente que o Coritiba precisa de vários reforços.
A regularização de Cesar Gonzalez traz um fato novo na montagem da equipe, mas a princípio ilusório, pois o venezuelano foi convocado pela seleção de seu país para a Copa América, ficando mais de um mês longe do clube, após o jogo contra o Cruzeiro.
Sem reforços, e se mostrar o mesmo futebol das finais do estadual, a agonia da torcida Alviverde vai começar novamente.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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