
Fatos e Argumentos
Chegamos a mais uma final da Copa do Brasil em 2012. Dessa vez, contra o limitadíssimo Palmeiras.
Acredito que há consenso que Marcelo Oliveira tirou leite de pedra com essa equipe. Sem nenhum talento individual, o 11 alviverde troca passes com facilidade e envolve o adversário, tendo como principal característica a posse de bola. A exemplo do futebol do Barcelona, porém sem Messi...
Essa falta de referência no ataque é gritante, e irritante.
Meus colegas aqui do Coxanautas já descreveram amplamente os problemas da equipe, com excelentes arrazoados comparativos da equipe de 2011 para 2012. Sem sombra de dúvidas, há um consenso. Essa equipe não tem o mesmo desempenho da de 2011. Não tem o mesmo futebol, nem a mesma armação tática que funcionou naquela ocasião.
Graças a fraqueza do adversário, pudemos ter a ilusão de que a equipe ficou no "quase". Mas faltou muito... Não faltou vontade e não faltou empenho. Acima de tudo, faltou inteligencia. Explico o porquê.
Marcos Assunção, sabidamente, é um dos melhores batedores da falta do Brasil. É um jogador tecnicamente mediano, porém, decidiu a Copa do Brasil nas bolas paradas. Da mesma forma que conseguiu aquele empate de 1x1 aqui em Curitiba em 2011. Já naquela partida, pelo Brasileirão, mesmo antes da cobrança eu pensei "Mas para que fazer falta próximo a área, sabendo que tem Marcos Assunção do outro lado?". A mesma pergunta, coincidentemente, fiz nas três faltas nessa final. Entendo que essa pergunta faltou ser feita pelos atletas alviverdes e pelo comandante desses atletas.
Então, pergunto explicitamente. Para que fazer faltas próximo à área?
A lição foi dura. O vice-campeonato em três gols saindo dos pés desse exímio batedor.
Talvez caiba ainda outra pergunta: depois de tanto treino de bolas paradas, ninguém consegue tirar um cruzamento de cabeça? Não foram muitos...
Finalmente, qualquer que seja a final, as oportunidades são raras. Diante das raras oportunidades do Coritiba nessas duas partidas da final, pelo menos 7, só fizemos 1 gol.
Por esses motivos, meus amigos, faltou inteligência.
1 - Inteligência dos nossos marcadores que cometeram as faltas que o Palmeiras tanto precisava.
2 - Inteligência dos nossos jogadores, que perderam gols imperdíveis na final.
3 - Inteligência de nossos gestores, que ainda não solucionaram o problema crônico ofensivo da equipe: a falta de um matador.
Por outro lado, essa inteligência não faltou ao Palmeiras. Salvo engano foram 2 ou 3 chances de gol ao vencedor da Copa do Brasil. E, além dessas, as faltas próximas à área. Felipão é esperto, vivido, e levou a Copa do Brasil por méritos.
Parabéns ao Palmeiras que, acima de tudo, jogou futebol como um time de homens. O Palmeiras assumiu suas limitações técnicas e fez o que pôde, decidindo em seu ponto forte: as bolas paradas.
Jogaram em pé, diferentemente do Vasco de Fernando Prass em 2011.
E a arbitragem?
Bem... A arbitragem resolveu o primeiro jogo e foi fator determinante para o título, sim.
Contudo, entendo que não é o momento de apontar o homem de preto pelo resultado. É o momento de assumir as limitações da equipe, contratar peças chave, pelo menos duas, levantar a cabeça e se recuperar no campeonato Brasileiro.
Parabéns ao sr. Vilson, Ximenes e Marcelo Oliveira pelas duas finais consecutivas da Copa do Brasil. Mas a verdade é que agora é hora de se recuperar no Brasileiro. Com a maior urgência.
A verdade é que a torcida do Coritiba ainda precisa de mais.
A verdade é que a torcida do Coritiba ainda merece mais...
P.S. Ouvir zoação de atleticano nessa hora do campeonato chega a ser até cômico. É como alguém dirigindo um fusca zoar o colega ao lado, em um Focus 2012, porque ele ficou sem gasolina.
Alex Meger de Amorim.
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